eua

Vitória de defensores do direito ao aborto em Ohio mostra que o tema divide o eleitorado republicano

Eleitores de estado em que Trump surpreendeu ao vencer em 2016 votaram contra medida proposta por conservadores

Protesto em frente a um tribunal de Ohio em 2020Protesto em frente a um tribunal de Ohio em 2020 - Foto: Stephen Zenner/AFP

Eleitores do estado americano de Ohio rejeitaram, na terça-feira, uma reforma defendida por republicanos para impedir que o direito ao aborto seja incluído na Constituição estadual. A eleição especial se concentrou em mudar as regras para aprovar emendas à Constituição de Ohio, elevando para 60% o percentual de votos mínimo necessário para aprovação.

Apesar de não tratar diretamente da interrupção voluntária da gravidez, o resultado do pleito embutiu um revés para os republicanos a poucos meses de uma votação decisiva sobre o assunto. Em novembro será organizado um referendo no qual os defensores do direito ao aborto pretendem incluí-lo na Constituição do estado.

De acordo com algumas pesquisas de opinião, 58% dos eleitores de Ohio apoiariam a mudança. Por isso, os conservadores apostavam na elevação do percentual mínimo para 60%, em uma tentativa de evitar que uma emenda que inclua o direito ao aborto na Carta Magna estadual seja aprovada em referendo.

Nesta terça, mais de 56% dos eleitores votaram contra a alteração na lei. “Hoje, os eleitores de Ohio rejeitaram um esforço de legisladores republicanos e interesses especiais para mudar o processo de emenda constitucional do estado", afirmou o presidente Joe Biden em um comunicado.

Os ativistas de defesa do direito ao aborto também celebraram o resultado."Boas notícias! Os eleitores de Ohio compareceram às urnas e rejeitaram as tentativas da oposição de minar a democracia e restringir a liberdade reprodutiva", escreveu a diretora da organização Planned Parenthood, Alexis McGill Johnson, nas redes sociais.

Especialistas dizem que o resultado em Ohio — que surpreendeu em 2016 ao dar a vitória ao republicano Donald Trump — é mais um indício de que a questão do aborto divide o eleitorado republicano, desde que a Suprema Corte permitiu, em junho de 2022, que os estados legislem sobre o tema. Também há evidências de que o assunto estimula o desejo do eleitor de votar, o que nos Estados Unidos não é obrigatório. O interesse é tanto que mais de 500 mil pessoas já votaram de maneira antecipada no referendo de novembro sobre a reforma constitucional.

As pesquisas recentes mostram que a maioria dos americanos quer proteger o acesso ao aborto. O fracasso dos referendos contra o aborto nos estados tradicionalmente conservadores do Kentucky e do Kansas reforça a percepção de que existe uma divisão entre os republicanos sobre o tema — que promete ser crucial para as plataformas dos candidatos às eleições presidenciais de 2024. (Com AFP)

Veja também

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela
Venezuela

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios
Queimadas

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios

Newsletter