Volume de lixo nos mares pode triplicar até 2040, diz relatório
Estima-se que os prejuízos com a poluição marinha no turismo, pesca, aquicultura e outras atividades somou US$ 6-19 bilhões em 2018
O lixo nos oceanos é um problema que avança a cada ano prejudicando a biodiversidade marinha e as pessoas que se alimentam dela. De acordo com uma pesquisa publicada na revista científica Nature Sustainability, 80% dos resíduos encontrados nos oceanos são formados por plásticos, principalmente sacolas e garrafas plásticas. Em proporção, 95% desse tipo de material foram localizados nas águas superficiais e 83% nas costas. O estudo também encontrou metal, vidro, roupas e outros materiais têxteis, borracha, papel e madeira processada.
Uma análise do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) alertou que o volume de plástico nos mares pode triplicar até 2040, entre 23 e 37 milhões de toneladas por ano se não houver uma ação drástica de redução desse material. Segundo a organização, anualmente, são despejados aproximadamente 11 milhões de toneladas de plástico nos oceanos.
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A poluição nas águas é responsável por uma catástrofe em cadeia que afeta os animais marinhos que podem morrer pela ingestão dos microplásticos e asfixia. Algas marinhas, mangues e corais também podem sufocar com os resíduos plásticos que impedem a chegada do oxigênio e da luz. Os materiais ainda contaminam a água e frutos do mar ingeridos por humanos e podem causar distúrbios, alterações hormonais e doenças.
Estima-se que os prejuízos com a poluição marinha no turismo, pesca, aquicultura e outras atividades somou US$ 6-19 bilhões em 2018. Para 2040, a projeção é de US$ 100 bilhões para as empresas caso os governos cobrem os custos da gestão de resíduos nos volumes pressupostos.
Para evitar um desastre ainda maior, o relatório das Nações Unidas sugere a redução drástica dos plásticos, a transformação da cadeia de valor envolvida, incentivo ao sistema de circularidade com práticas de produção e consumo sustentáveis, desenvolvimento e execução de novas alternativas pelas empresas, e conscientização dos consumidores.