PERNAMBUCO

Voluntários plantam 500 mudas para recuperar mangue degradado, em Maracaípe

Iniciativa envolve dezenas de voluntários

Plantio de mudas de mangue em MaracaipePlantio de mudas de mangue em Maracaipe - Foto: Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco

Uma iniciativa de plantio de 500 mudas visa recuperar áreas de mangue devastadas, no Pontal de Maracaípe, em Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco.

Encabeçada pela Associação dos Jangadeiros do Pontal de Maracaípe, pela Conservação de Tartarugas Marinhas, pelo Instituto Cidade Verde, pelo Museu Caranguejo Vivo e pelo advogado e pecuarista João Vita Fragoso de Medeiros, o trabalho, que começou na manhã deste sábado (17), envolve o semear de mudas de mangue branco e vermelho.

Os espaços foram devastados ao longo do tempo, tanto pelo pisoteio dos humanos quanto por assoreamentos. A meta dos envolvidos é de plantar pelo menos mil mudas.

Ao todo, 30 jangadas foram utilizadas pelas equipes, que estudaram, desde o começo de 2024, os locais devastados que agora terão de volta o verde das plantas.

José Antônio Fernandes Neto, presidente da Associação dos Jangadeiros do Pontal de Maracaípe, explica que o propósito é unir outras instituições que abraçam a causa para que as gerações futuras desfrutem e mantenham preservado o legado.

“A gente não faz isso desde agora. É uma vida inteira plantando e devolvendo ao mangue o espaço que é dele, recuperando as áreas que estão bastante degradadas. Hoje, o Pontal vive nessa situação por causa do corte no manguezal e assoreamento. Se não cuidarmos do nosso meio ambiente, isso tudo aqui vai se acabar”, acredita ele.

A presidente do Instituto Cidade Verde, Maria da Glória Lacerda, defende a ideia de que o plantio das árvores trará uma nova vida ao ecossistema.

“Mangue é vida. Então, o impacto é positivo. Uma muda dessa, por exemplo, tem mais de 1,65 metros. É maior do que eu. No ato do plantio já tem um grande efeito para o ambiente, a natureza e para as espécies que estão no local. Além de trazer a recuperação ambiental, essas plantas vão proporcionar as pessoas o contemplar da beleza do manguezal”, pontua ela.

O biólogo José Clebson da Silva elogiou a iniciativa dos grupos e destacou que as mudanças climáticas tiveram um papel importante nas alterações do ecossistema.

“A Associação dos Jangadeiros vem acompanhando a situação aqui do local e observando a destruição provocada pelas mudanças climáticas. É daí que surge a preocupação. Então, eles fazem a coleta dessas sementes e depois aguardam o crescimento dessas mudas. É visível que eles se preocupam com essa questão, por conta das alterações. Essa ação consiste no acreditar que, se cada um fizer sua parte, vai beneficiar não só o meio ambiente, mas o turismo. É muito válido”, frisou.

Ainda segundo o biólogo, as visitações ao local serão beneficiadas através desse plantio. Ele está trabalhando, junto às associações para a instalação de um oceanário de cavalos marinhos. O projeto tem previsão para ser posto em prática a partir de 2025.

Um dos principais incentivadores da causa, o advogado e pecuarista João Vita Fragoso de Medeiros acredita que a plantação vai devolver à natureza a biodiversidade que lhe é peculiar. Para ele, paz e equilíbrio ecológico são valores inegociáveis para um Pontal ainda mais preservado e que respire vida.

“Precisamos ter uma consciência, principalmente pelo turismo. Porto de Galinhas, Ipojuca e Maracaípe são locais de turismo vivo. Mas, se não mantivermos essa biodiversidade e esse meio ambiente, as pessoas não vão vir pra cá. Daí, cai a renda da população, o meio ambiente não vai mais filtrar a água e nem trazer novos caranguejos, novos aratus e nem novos pés de mangue. A gente tem que preservar isso para que a geração futura venha ver o mangue de Maracaípe”, comentou.

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