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Vulcão

Voos para La Palma retornam após suspensão devido às cinzas do vulcão

A erupção do Cumbre Vieja provocou a retirada de mais de 6.000 pessoas da ilha

Foto: JORGE GUERRERO / AFP

O aeroporto da ilha canária de La Palma reabriu neste sábado (9), após 48 horas de fechamento devido às cinzas vulcânicas, e as companhias aéreas esperavam retomar seus voos.

Nuvens de cinzas do vulcão Cumbre Vieja obrigaram o aeroporto a interromper suas atividades na manhã de quinta-feira, pela segunda vez desde sua erupção em 19 de setembro na ilha das Canárias, no sudeste da Espanha.

“O Aeroporto de LaPalma está de volta à operação”, disse a operadora do aeroporto AENA, acrescentando que “o trabalho de limpeza continuou nas áreas que ainda não estão operando”.

Pouco depois, a companhia aérea canária Binter afirmou que retomou os voos de e para a ilha.

“A Binter informa que reiniciou sua programação de voos com a ilha de La Palma, dada a melhoria das condições meteorológicas devido ao comportamento recente da nuvem de cinzas”, afirmou a empresa em comunicado.

A erupção do Cumbre Vieja provocou a retirada de mais de 6.000 pessoas e muitos danos a esta pequena ilha de 85.000 habitantes. Não há vítimas até o momento.

Mais de 1.000 imóveis foram destruídos pela lava, que atingiu mais de 480 hectares da ilha.


Esta é a terceira erupção de um vulcão em La Palma no último século, depois da do San Juan em 1949 e a de Teneguía em 1971. Ambas deixaram no total três mortos, dois deles por inalação de gases tóxicos, e causaram menos danos que os do Cumbre Vieja, já que naquelas décadas a ilha era menos povoada.

Neste sábado, parte do cone do vulcão desabou, o que provocou a emissão de novos fluxos de lava em várias direções, informou o Instituto Geográfico Nacional (IGN).

“Parece que parte do cone desabou (....) Isso deu origem a dois fluxos diferentes, um mais ao norte e outro que ocorre no mesmo local onde tivemos nos dias anteriores, mas com um volume mais alto que parece transbordar em algum ponto a lava velha", Stavros Meletlidis, um vulcanologista do IGN, disse à Radio Nacional de España (RNE).

O diretor técnico do Covelca (Plano de Emergência Vulcânica das Canárias), Ángel Morcuende, indicou que o transbordamento do fluxo da lava continua seu avanço e ameaça uma zona industrial.

“Temos um terceiro fluxo mais ao sul, que está aderindo ao fluxo principal e que agora é o que mais nos preocupa”, disse ele, acrescentando que há uma “massa significativa de lava”.

Os especialistas também alertaram para o risco de que o fluxo de lava, agora estendendo-se por 32 hectares no mar, desabe ao atingir os limites externos da plataforma costeira da ilha.

“Tendo atingido o limite da plataforma costeira, se continuar avançando, sua crosta pode ruir, o que pode causar a liberação abrupta de gases, explosões magmáticas e a geração de ondas”, disse María José Blanco, diretora do IGN nas Ilhas Canárias.

Na sexta-feira, a Covelca destacou que o novo fluxo de lava “prejudicou principalmente a área agrícola, que já chega a 120 hectares de lavouras, metade delas bananeiras (59,39ha), seguida de vinhas (33ha) e abacate (7,39ha), entre outros".

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