Washington acusa Moscou de 'intimidar' correspondentes de meios americanos
Segundo os EUA, diplomacia russa teria ameaçado correspondentes com represálias devido às sanções americanas contra a invasão da Ucrânia
Os Estados Unidos acusaram, nesta segunda-feira (6), a Rússia de "intimidar" os correspondentes de meios americanos em Moscou, convocados pela diplomacia russa, que ameaçou com represálias devido às sanções americanas contra a invasão da Ucrânia.
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"O Ministério das Relações Exteriores russo convocou seus colegas para 'lhes explicar as consequências da linha hostil de seu governo na esfera midiática'", declarou aos jornalistas o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price.
"Sejamos claros, o Kremlin realiza um verdadeiro ataque contra a liberdade de expressão, o acesso à informação e à verdade", afirmou Price, ao denunciar um "esforço claro e flagrante para intimidar jornalistas independentes".
A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, ameaçou no fim de maio expulsar meios e jornalistas ocidentais se a plataforma YouTube bloqueasse suas entrevistas semanais, como havia feito anteriormente. Na sexta-feira, Zakharova acusou novamente Washington de "reprimir os meios russos" nos Estados Unidos.
"Eles fazem o possível para tornar impossível o trabalho dos meios russos [...] Se não normalizarem o trabalho dos meios russos em território americano, haverá medidas contundentes" em resposta, advertiu a porta-voz, ao anunciar que os representantes de veículos americanos tinham sido "convidados" nesta segunda-feira para comparecer à sede do Ministério das Relações Exteriores em Moscou.
Segundo Price, Moscou reagiu assim à inclusão na lista de sanções americanas, há um mês, de três canais de televisão russos, Pervy Kanal, Rossiya-1 e NTV, como parte do esforço internacional contra a invasão da Ucrânia.