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guerra na ucrânia

Xi e Putin se reúnem no Kremlin para abordar a situação na Ucrânia

Os analistas consideram difícil que a China, que recentemente mediou a reconciliação diplomática entre Arábia Saudita e Irã, consiga o fim das hostilidades na Ucrânia

Xi e Putin se reúnem no Kremlin para abordar a situação na UcrâniaXi e Putin se reúnem no Kremlin para abordar a situação na Ucrânia - Foto: Pavel Byrkin / SPUTNIK / AFP

O presidente chinês, Xi Jinping, e o chefe de Estado da Rússia, Vladimir Putin, se reuniram nesta terça-feira (21) no Kremlin para falar sobre o conflito na Ucrânia e a relação "estratégica" entre os dois países diante do Ocidente.

Putin recebeu Xi no Grande Palácio do Kremlin e o cumprimentou com um um aperto de mãos. Uma banda tocou os hinos dos dois países, segundo imagens exibidas por canais de televisão russos.

Em seguida, ao lado de outros funcionários de alto escalão das duas nações, os governantes iniciaram a reunião a portas fechadas.

Xi e Putin já haviam se encontrado na segunda-feira, com o objetivo de demonstrar sua aliança como um contrapeso às potências ocidentais.

Nesta terça-feira, segundo dia da visita oficial de três dias, Xi destacou que as relações "estratégicas" entre Pequim e Moscou, duas "grandes potências vizinhas", eram uma "prioridade" para a China.

Xi também anunciou que convidou o chefe de Estado russo para visitar a China "este ano, quando possível", apesar da ordem de detenção emitida na semana passada pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o líder do Kremlin.

De modo paralelo à visita de Xi a Moscou, outro governante asiático, o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida, visita Kiev nesta terça-feira para uma reunião com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

O governo da Ucrânia considerou a visita "histórica" e um "gesto de solidariedade" do Japão após mais de um ano de invasão russa.

Pouco depois de chegar ao país, Kishida visitou a cidade de Bucha, nas proximidades de Kiev, símbolo das atrocidades da ocupação russa.

Kishida era o único líder do G7 que não havia viajado à capital da Ucrânia desde o início do conflito em fevereiro de 2022.

Apesar disso, o Japão aderiu às sanções ocidentais contra a Rússia e anunciou em fevereiro uma nova ajuda de 5,5 bilhões de dólares à Ucrânia, mas sem uma assistência militar porque a Constituição pacifista do país limita a ação de suas Forças Armadas a missões de defesa.

Proposta chinesa
O conflito na ex-república soviética está no centro da agenda na reunião entre Xi e Putin.

No encontro de segunda-feira, o presidente russo afirmou que estava "aberto a negociações" sobre a Ucrânia e elogiou a proposta de paz de 12 pontos da China, que inclui um apelo ao diálogo e o respeito da soberania territorial de todos os países.

Putin destacou que os dois países têm "vários objetivos em comum" e elogiou a China por sua "posição justa e equilibrada sobre os temas internacionais mais urgentes".

Xi declarou que a China está "disposta a permanecer de modo firme ao lado da Rússia", em nome de um "verdadeiro multilateralismo".

As potências ocidentais criticam a postura chinesa sobre a Ucrânia que, consideram, implica um apoio tácito de Pequim à intervenção armada de Moscou.

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, pediu na segunda-feira que a comunidade internacional "não se deixe enganar" pela postura da China e acusou o país de "fornecer cobertura diplomática à Rússia".

Kiev, que mantém a cautela diante das intenções chinesas, pediu a Xi Jinping que "use sua influência sobre Moscou para acabar com a guerra de agressão".

Recorde de fornecimento de gás
Após as divergências durante a Guerra Fria, apesar de compartilharem a ideologia comunista, Moscou e Pequim fortaleceram sua cooperação nos últimos anos, unidos em seu desejo de combater o domínio dos Estados Unidos na política internacional.

Os analistas, porém, consideram difícil que a China, que recentemente mediou a reconciliação diplomática entre Arábia Saudita e Irã, consiga o fim das hostilidades na Ucrânia.

Além das questões geopolíticas, os temas econômicos também serão abordados no encontro entre Putin e Xi.

A viagem do chinês acontece no momento em que a Rússia reorienta sua economia para a Ásia, para driblar as sanções ocidentais.

Um exemplo é o o anúncio feito nesta terça-feira pelo grupo russo Gazprom, que forneceu na segunda-feira um volume "recorde" de gás a Pequim através do gasoduto transfronteiriço da Sibéria.

De acordo com o Kremlin, Xi e Putin assinarão vários documentos, incluindo uma declaração comum para aprofundar as relações econômicas até 2030.

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