Logo Folha de Pernambuco
mundo

Yoon Suk Yeol: saiba quem é o presidente da Coreia do Sul que sofreu impeachment

Ele chegou a ser preso em janeiro deste ano, mas deixou a prisão em março

Presidente afastado da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol acena a seus apoiadores após deixar prisão.Presidente afastado da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol acena a seus apoiadores após deixar prisão. - Foto: Yonahap / AFP

A trajetória de Yoon Suk-yeol, presidente deposto da Coreia do Sul, teve início no combate à corrupção e terminou com uma tentativa de se manter no poder por meio da força. Após declarar lei marcial em dezembro de 2024 e ordenar a ocupação militar do Parlamento, Yoon foi afastado em definitivo nesta sexta-feira pela Corte Constitucional, que confirmou por unanimidade seu impeachment. Novas eleições presidenciais devem ser realizadas até junho.

Eleito em 2022 com o apoio da direita conservadora, Yoon despontou como um nome de fora da política tradicional. Sua fama como promotor inflexível, responsável por investigar casos de corrupção envolvendo figuras de alto escalão — incluindo a ex-presidente Park Geun-hye — o impulsionou ao cargo mais alto do país. Ele também gerou constantes choques com o Parlamento, especialmente após a oposição conquistar maioria nas eleições legislativas de 2024.

 

O ápice da crise ocorreu em 3 de dezembro, quando Yoon decretou lei marcial sob alegações não comprovadas de fraude eleitoral. A medida incluiu ordens para bloquear o acesso ao Parlamento e prender opositores, o que gerou reações imediatas de rejeição institucional. No mesmo dia, deputados conseguiram votar e aprovar o impeachment, mesmo sob pressão de forças armadas e policiais leais ao presidente.

Na decisão desta sexta, o tribunal concluiu que Yoon “violou a Constituição, os direitos humanos e a ordem democrática”. Segundo o presidente da Corte, Moon Hyung-bae, não havia qualquer emergência nacional que justificasse a medida extrema. Para os magistrados, a tentativa de intervenção militar representou uma “grave traição à confiança do povo”, abalando as estruturas da democracia sul-coreana.

Com a destituição, Yoon ainda deve enfrentar um processo judicial por insurreição, crime que pode levá-lo à prisão. Enquanto isso, o país volta a ser comandado interinamente pelo primeiro-ministro Han Duck-soo, até a realização das eleições. A queda de Yoon marca o segundo impeachment presidencial confirmado pela Justiça em menos de uma década, reforçando o papel do Judiciário como pilar democrático na Coreia do Sul.

Veja também

Newsletter