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YouTube remove vídeos que pediam doações em golpe da "menina com câncer"

O mesmo vídeo foi publicado várias vezes na plataforma. E a mesma menina é apresentada com diferentes nomes, como Alexandra, Ariela, Ksenia ou Barbara

Imagem do vídeoImagem do vídeo - Foto: reprodução

O YouTube removeu os vídeos usados por golpistas de uma garotinha supostamente com câncer para pedir doações e desviar o dinheiro arrecadado. As imagens foram visualizadas mais de 10 milhões de vezes, em diferentes plataformas, e resultaram até o momento no roubo de US$ 640 mil (equivalente a R$ 3,3 milhões).

Em contato com O Globo, a assessoria da rede social confirmou que o vídeo e a conta foram excluídos pela plataforma. Segundo representantes do YouTube, o conteúdo violou as diretrizes da comunidade. " Conteúdo criado com o intuito de falsificar a identidade de uma pessoa ou canal também não é permitido no YouTube.", diz a nota.

"Todos os conteúdos no YouTube precisam seguir nossas Diretrizes de Comunidade. Contamos com áreas dedicadas ao processo de revisão e construção de políticas, além de uma combinação de sistemas inteligentes, revisores humanos treinados e denúncias de usuários para identificar material suspeito, seja ele um vídeo, comentário, link ou miniatura.", pontua trecho do posicionamento da plataforma.

Na gravação, a criança triste com roupa hospitalar e cabelos raspados revela que está com câncer, mas o tratamento "custa muito dinheiro" e os pais dela "não podem pagar". As imagens seguem com informações sobre como doar. "Por favor, me ajude a ficar boa. Por favor. Eu não quero morrer", diz a menina. Os donativos são feitos por meio de um site de angariação de fundos.

O caso foi descoberto pelo Laboratório de Ameaças da Avast. De acordo com a empresa de segurança digital, os valores não foram usados para custear qualquer tratamento de saúde. O golpe, segundo a Avast, funciona a partir dos vídeos publicados sobretudo no YouTube.

O mesmo vídeo foi publicado várias vezes no YouTube, segundo a Avast. E a mesma menina é apresentada com diferentes nomes, como Alexandra, Ariela, Ksenia ou Barbara.

"Embora não haja como saber quem essa garota realmente é ou qual é a sua situação, temos certeza de que é uma farsa e que os mais de US$ 640.000 já arrecadados não serão usados para o tratamento" diz o analista de Operações de Ameaças da Avast, Pavel Novak.

De acordo com a empresa de segurança digital, alguns elementos ajudaram a identificar o golpe: todos os domínios foram registrados muito recentemente, os vídeos usam endereços de e-mail anônimos ([email protected] e [email protected], por exemplo).

"Encontramos uma seleção de vídeos da mesma garota, com apelos em árabe, francês, português, espanhol e hebraico. Vídeos com apelos semelhantes, mas com garotas diferentes, também foram detectados " acrescenta o analista

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