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Yuval Vagdani

Vagdani: quem é o militar de Israel que deixou o Brasil após ser investigado por crimes de guerra

Soldado israelense passou a ser investigado por atos cometidos na Faixa de Gaza

Imagem divulgada pelo Exército de Israel em 1º de janeiro de 2024 mostra soldados israelenses operando na Faixa de GazaImagem divulgada pelo Exército de Israel em 1º de janeiro de 2024 mostra soldados israelenses operando na Faixa de Gaza - Foto: Exército de Israel / AFP

O soldado israelense Yuval Vagdani, de 21 anos, deixou o Brasil neste domingo após receber ajuda da Embaixada de Israel em Brasília. De férias em solo brasileiro, ele passou a ser alvo de um inquérito instaurado por determinação da Justiça do Distrito Federal por supostos crimes de guerra cometidos na Faixa de Gaza.

Yuval Vagdani integra o 432º Batalhão das Brigadas Givati. De acordo com a Fundação Hind Rajab (HRF, na sigla em inglês), uma organização internacional sediada na Bélgica que defende os direitos palestinos e foi a autora da petição que resultou na decisão da Justiça brasileira, o soldado teria participado de demolições massivas de residências civis em Gaza, em meio a uma campanha sistemática “de destruição”.

“Esses atos fazem parte de um esforço mais amplo para impor condições de vida insuportáveis aos civis palestinos, o que constitui genocídio e crimes contra a Humanidade segundo o direito internacional”, afirmou a organização.

De acordo com informações contidas nos autos judiciais, aos quais o portal Metrópoles teve acesso, o soldado publicou um vídeo no Instagram com imagens do corredor Netzarim dias antes da demolição.

"Que possamos continuar destruindo e esmagando este lugar imundo, sem pausa, até os seus alicerces", dizia a legenda do post.

O militar também teria posado em frente a escombros de imóveis na área, em meio à colocação de explosivos para a demolição.

Saída do Brasil
Segundo o embaixador israelense Daniel Zonshine, a saída do soldado, que estava na Bahia, foi acompanhada pela representação de seu país na capital federal. Houve contatos telefônicos e um representante da embaixada foi ao aeroporto aguardar que Vagdani deixasse o território brasileiro.

-- Acompanhamos à distância o processo de saída dele, para sabermos qual a sua situação. Nós acompanhamos a saída. A decisão e a ação foram dele -- disse Zonshine, neste domingo.

Sem dar detalhes, ele acrescentou ter conversado com o militar por telefone, com o objetivo de garantir uma saída rápida e segura. Informações extraoficiais apontam que o soldado deixou o Brasil pelo aeroporto de Salvador e seguiu para a Argentina.

Procurado, o Itamaraty não se manifestou.

Em nota divulgada neste domingo, o governo israelense ressaltou que Israel está exercendo seu direito à autodefesa, após o "massacre brutal cometido pelo grupo terrorista palestino Hamas, em 7 de outubro de 2023". O texto assegura que todas as operações militares em Gaza são conduzidas em total conformidade com o direito internacional.

"Os verdadeiros perpetradores de crimes de guerra são as organizações terroristas, que exploram populações civis como escudos humanos e utilizam hospitais e instalações internacionais como infraestrutura para atos de terrorismo direcionados a cidadãos israelenses", diz um trecho do comunicado.

O governo de Israel reafirmou que o país tem sido alvo de uma campanha global, marcada por denúncias ilegais. De acordo com a nota, a HRF está explorando "de forma cínica os sistemas legais para fomentar uma narrativa anti-Israel tanto globalmente quanto no Brasil".

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