Zelensky: apenas "diplomacia" porá fim à guerra na Ucrânia
"Queremos que tudo volte [a ser como era antes]", algo que "a Rússia não quer", disse o presidente ucraniano
A guerra na Ucrânia pode ser encerrada somente por meios "diplomáticos" - declarou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, neste sábado (21), embora as negociações entre Moscou e Kiev estejam em ponto morto.
"O fim [do conflito] será diplomático", disse ele em entrevista a um canal de televisão ucraniano.
A guerra "será sangrenta, haverá combates, mas terminará, com certeza, por meio da diplomacia", acrescentou.
"As discussões entre Ucrânia e Rússia com certeza vão acontecer. Não sei sob qual formato: com intermediários, sem eles, em um círculo ampliado, ou em nível presidencial", acrescentou.
"Há coisas que podemos conseguir somente na mesa de negociações. Queremos que tudo volte [a ser como era antes]", algo que "a Rússia não quer", acrescentou, sem dar mais detalhes.
O resultado dessas conversas, cujo tema pode variar "segundo o momento da reunião", deve ser "justo" para a Ucrânia, ressaltou o presidente.
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Zelensky lembrou que uma condição indispensável para a continuidade das negociações é que o Exército russo não mate os militares ucranianos entrincheirados no vasto complexo metalúrgico de Azovstal, em Mariupol, no sudeste da Ucrânia.
O presidente observou que as tropas russas "deram a possibilidade" de os combatentes ucranianos saírem vivos de Azovstal.
"O mais importante para mim é salvar o maior número possível de pessoas e soldados", frisou.
Na terça-feira (17), um assessor do presidente ucraniano, Mikhailo Podoliak, havia dito que as negociações entre Moscou e Kiev estavam "em espera" e considerou que o governo russo não mostrava sinais de "compreender" a situação.
No dia seguinte, a Rússia acusou a Ucrânia de uma "ausência total de vontade" para negociar o fim do conflito, que começou em 24 de fevereiro.
Até o momento, houve várias reuniões entre negociadores de ambos os lados, sem resultado concreto.
A última delas, entre os chefes de delegações, foi em 22 de abril, segundo agências russas de notícias. Depois do fracasso em sua tentativa de tomar Kiev e sua região, as tropas russas agora concentram seus esforços em uma ofensiva no leste da Ucrânia.