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Guerra na Ucrânia

Zelensky denuncia "traição" de deputado que passou férias em resort de luxo nas Maldivas; fotos

Em discurso, o líder ucraniano afirmou que preferir "ilhas e balnéarios" em tempos de guerra é trair "princípios do Estado"

Zelensky criticou parlamentar que passou férias nas Maldivas em meio à guerra na Ucrânia Zelensky criticou parlamentar que passou férias nas Maldivas em meio à guerra na Ucrânia  - Foto: AFP//Reprodução/Instagram

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, denunciou a "traição" de um parlamentar flagrado passando férias num resort de luxo, nas Maldivas, em meio à guerra contra a Rússia. Em discurso, o líder ucraniano afirmou que preferir "ilhas e balnéarios" em tempos de guerra é trair "princípios do Estado".

O site "Slidstvo.info" havia revelado, na véspera, que Yuri Astov, deputado pelo partido "Servo do povo", foi visto em meados de julho num hotel de cinco estrelas do arquipélago do Oceano Índico, o Waldorf Astoria Maldives. Zelensky destacou que os políticos devem dar o exemplo e atuar pelos interesses do país durante o conflito.

— Qualquer traição interna, [ida à] praia ou enriquecimento pessoal em vez de [defender] os interesses da Ucrânia provocará raiva — disse ele a deputados, funcionários públicos e outros agentes do Estado, nesta terça-feira. — Você deve trabalhar na Ucrânia e pelos interesses do povo ucraniano.

O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) afirmou que faz uma operação na casa do parlamentar nesta quarta-feira. A SBU e o Departamento de Investigação do Estado (DBR) "realizaram buscas na casa do deputado que descansava nas Maldivas sob o pretexto de uma viagem de negócios", disse a SBU, em comunicado.
 

Os investigadores dizem que Yuri Aristov partiu em junho em uma curta missão profissional para a Lituânia antes de tirar uma falsa licença médica e ir de férias para o hotel de luxo com a mulher e os filhos. O Parlamento ucraniano deve examinar em breve o pedido de renúncia do deputado, que ele apresentou após o escândalo.

Aristov é investigado por "falsificação profissional" e pode pegar até três anos de "restrição de liberdade", pena que prevê detenção em colônia penal e participação em trabalhos forçados, porém em condições menos severas do que na prisão.

Limitações a viagens ao exterior
As condições impostas às viagens ao exterior de funcionários públicos ou deputados foram amplamente regulamentadas desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022 e, em particular, da introdução da lei marcial.

Após o escândalo, David Arakhamia, o presidente do grupo presidencial no Parlamento, disse em comunicado que apelou à "suspensão imediata" do deputado. "Solicitei todos os documentos sobre a viagens de negócios e que todas as informações sejam verificadas", disse ele.

O presidente do Parlamento ucraniano, Rouslan Stefantchouk, revelou ter recebido uma carta de demissão de Yuri Aristov, também vice-presidente da comissão parlamentar responsável pela segurança nacional, defesa e informações, cujo papel é eminentemente estratégico. "Isto será avaliado na próxima sessão plenária" do Parlamento, disse ele, sem dar mais detalhes.

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