guerra na ucrânia

Zelensky pede aos países do G7 que ajudem a criar um "escudo aéreo" para a Ucrânia

O objetivo é impedir os ataques russos ao seu país, que se multiplicaram desde segunda-feira (10)

Presidente ucraniano, Volodimir ZelenskyPresidente ucraniano, Volodimir Zelensky - Foto: Angela Weiss / AFP

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu nesta terça-feira (11) a seus colegas do G7 que ajudem a criar um escudo aéreo para impedir os ataques russos ao seu país, que se multiplicaram desde segunda-feira (10).

Peço a vocês que fortaleçam o esforço geral para ajudar financeiramente na criação de um escudo aéreo para a Ucrânia. Milhões de pessoas agradecerão ao G7 por tal ajuda, disse Zelensky em uma reunião virtual de emergência dos líderes do grupo dos sete países mais industrializados do mundo.

O pedido foi feito durante uma videoconferência da cúpula do G7, na qual afirmou que "milhões de pessoas ficarão agradecidas" por uma ajuda deste tipo, e advertiu que Moscou ainda tem "meios para intensificar sua ofensiva".

Os Estados Unidos prometeram incrementar os envios de defesas antiaéreas à Ucrânia e a Alemanha anunciou que entregará "nos próximos dias" uma primeira leva de mísseis antiaéreos Iris-T, capazes de proteger uma cidade inteira.

A cúpula foi convocada em plena escalada bélica, com bombardeios na segunda-feira em várias cidades ucranianas, incluindo a capital Kiev.

Os líderes do G7 alertaram também Belarus que seu plano de mobilizar tropas conjuntas com a Rússia constitui uma nova forma de "cumplicidade" com a invasão da Ucrânia, lançada em fevereiro pelo presidente russo, Vladimir Putin.

O G7 (Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Itália, Reino Unido e Japão) acrescentou que empenhará todos seus esforços para que "Putin e os responsáveis respondam" pelos últimos bombardeios.

A Rússia reconheceu nesta terça-feira que lançou novos bombardeios "maciços" na Ucrânia, horas antes da reunião de emergência para discutir a recente campanha de ataques.

Autoridades da região de Lviv, no oeste da Ucrânia, disseram que pelo menos três mísseis russos atingiram a infraestrutura de energia, e o prefeito da capital regional de mesmo nome afirmou que cerca de um terço da cidade ficou sem energia.

O Ministério da Defesa russo confirmou os ataques, explicando que usou armas de longo alcance de alta precisão e que "todos os objetivos foram atingidos".

As forças russas lançaram mais de 83 mísseis em cidades ucranianas na segunda-feira, dos quais 52 foram derrubados, de acordo com Kiev.

O presidente russo, Vladimir Putin, indicou que esses bombardeios "maciços" constituíram uma resposta ao ataque "terrorista" à ponte que liga o território russo à Crimeia (sul) e que, segundo o presidente, foi cometido por forças ucranianas.

Segundo a ONU, esses bombardeios "poderiam ter violado" a lei da guerra.

"Paz justa"
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que os ataques mostram que a Rússia está "desesperada" após uma série de reveses militares.

A mesma linha foi seguida pelo secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, que qualificou os ataques russos como "sinal de fraqueza".

Nesta terça-feira, o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, pediu que Rússia e Ucrânia estabeleçam um "cessar-fogo o mais rápido possível".

Em entrevista transmitida na televisão, Cavusoglu também pediu uma "paz justa" baseada na integridade territorial da Ucrânia.

Na quinta-feira, o presidente russo se encontrará com seu colega turco Recep Tayyip Erdogan na capital do Cazaquistão, Astana, disse uma autoridade turca à AFP.

No terreno, a Ucrânia anunciou a exumação dos cadáveres de 78 civis em Sviatoguirsk e Lyman, duas cidades da região de Donetsk, no leste do país, recentemente recuperadas pelas forças ucranianas.

A Ucrânia também anunciou a libertação de 32 de seus soldados e a entrega do cadáver de um cidadão israelense em sua mais recente troca de prisioneiros com a Rússia.

Reforços franceses
A França anunciou um reforço de sua presença militar no flanco oriental da Otan, com uma mobilização nas próximas semanas de veículos blindados de infantaria e tanques Leclerc na Romênia.

Paris mobilizará caças Rafale na Lituânia e acrescentará 100 soldados aos 300 concentrados na Estônia, vizinha da Rússia e sólido apoio da Ucrânia.

Enquanto isso, o presidente dos EUA, Joe Biden, condenou duramente os ataques de segunda-feira, dizendo que eles "demonstram a brutalidade" da "guerra ilegal" de Putin.

A Casa Branca disse que Biden conversou com Zelensky para lhe oferecer um "sistema avançado de defesa aérea".

Por sua vez, o porta-voz do governo alemão, Steff Hebestreit, declarou na segunda-feira que o chefe de governo Olof Scholz conversou com Zelensky e garantiu "a solidariedade da Alemanha e dos demais países do G7".

Chefe da AIEA se reúne com Putin
Em São Petersburgo, Putin se reuniu nesta terça-feira com o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, a quem disse estar "aberto ao diálogo" sobre a gestão da usina nuclear ucraniana de Zaporizhzhia, controlada pelas forças russas.

"Como sabem, tenho me esforçado para tentar prevenir um acidente nuclear que seria muito destruidor em particular nesta região", indicou Grossi, que disse esperar uma "negociação importante" com Putin sobre a segurança dessa central, onde a AIEA tem observadores desde início de setembro.

As instalações nucleares de Zaporizhzhia tem sido alvo de bombardeios nos últimos meses, o que preocupada a comunidade internacional. Ucrânia e Rússia se acusaram mutuamente destes ataques.

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