Zelensky pede apoio ao México para organizar cúpula com América Latina
Zelensky propôs essa cúpula em fevereiro ao assegurar que seu país quer se aproximar da América Latina e da África
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, pediu, nesta quinta-feira (20), apoio ao México para organizar uma cúpula na América Latina que contribua para o fim da invasão russa a seu país, segundo uma mensagem por videoconferência aos deputados mexicanos.
"A Ucrânia já propôs à comunidade da América Latina organizar uma cúpula especial e mostrar sua unidade e posição sobre importantes princípios globais, como a integridade territorial, a paz e o respeito entre os povos", disse Zelensky, com apoio de um tradutor.
"Acredito que, com a ajuda do México, isso poderia acontecer muito mais rápido", acrescentou o líder ucraniano na mensagem.
A chamada ocorreu por iniciativa dos parlamentares que fazem parte do "Grupo de Amizade México-Ucrânia" da Câmara dos Deputados. Alguns desses legisladores, inclusive, visitaram a capital ucraniana no ano passado.
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Zelensky propôs essa cúpula em 24 de fevereiro, no primeiro aniversário da guerra, ao assegurar que seu país quer se aproximar da América Latina e da África para contrapor a influência de Moscou.
O líder ucraniano pediu o apoio do México a seu plano para o fim do conflito, que, entre outros pontos, inclui a retirada das tropas russas de seu território.
"Convido vocês a escolher. Qual ponto da fórmula da paz permitirá ao México mostrar sua liderança?", perguntou Zelensky.
O governo mexicano já havia condenado a invasão russa e, em 23 de fevereiro, votou a favor da resolução da ONU que exige a retirada imediata das tropas russas do território ucraniano.
Contudo, o presidente Andrés Manuel López Obrador rejeitou a imposição de sanções à Rússia e o envio de ajuda militar à Ucrânia, ao garantir que seu governo busca promover o diálogo para alcançar a paz, uma posição similar à adotada pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Além disso, e assim como Lula, o líder mexicano criticou o apoio militar dos Estados Unidos à ex-república soviética.
Em setembro do ano passado, López Obrador propôs a criação de um comitê de diálogo para pôr fim ao conflito que incluísse o primeiro-ministro da Índia, Narenda Modi, o papa Francisco e o secretário-geral da ONU, António Guterres.
A mensagem de Zelensky aos deputados mexicanos acontece depois do desconforto diplomático causado por declarações recentes de Lula sobre o conflito, o que levou Washington a criticar o governo brasileiro por "papaguear a propaganda russa e chinesa".
Também chega em meio à viagem do chanceler russo, Sergei Lavrov, esta semana, pelo continente, com passagens por Brasil, Venezuela, Nicarágua e Cuba.