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Zinho trocou de cela e foi isolado de outros milicianos; criminoso teme ser morto

Luis Antonio da Silva Braga está no presídio Bangu 1, onde também está Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, acusado de chefiar a milícia de Rio das Pedras

Luís Antonio da Silva Braga, o Zinho, está preso em Bangu 1Luís Antonio da Silva Braga, o Zinho, está preso em Bangu 1 - Foto: Reprodução

Conhecido como Zinho, o miliciano Luis Antonio da Silva Braga, foi preso após negociações no último domingo, dia 24, véspera de Natal. Nessa terça-feira (26), o miliciano trocou de cela e foi transferido para uma área "neutra" de organizações criminosas. Segundo fontes envolvidas na sua prisão, Zinho teme ser morto. Quando foi levado para Bangu 1, ele estava em uma área reservada do presídio com outros 11 milicianos, incluindo pessoas ligadas ao seu maior rival, Danilo Dias Lima, o Tandera.

Na cela anterior, Zinho estava na mesma galeria que Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, acusado de chefiar a milícia de Rio das Pedras. Taillon era alvo de traficantes que executaram, por engano, o médico Perseu Ribeiro de Almeida, com outros dois colegas, em um quiosque, na Barra da Tijuca, no início de outubro. No local também há milicianos ligados ao seu maior rival, Danilo Dias Lima, o Tandera.

Zinho se apresentou a agentes da Delegacia de Repressão a Drogas (DRE) e do Grupo de Investigações Sensíveis e Facções Criminosas (Gise), ambos da PF, na Superintendência Regional da corporação, na Praça Mauá, região central do Rio. Após ser preso, o miliciano foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) para realizar exame de corpo de delito. Depois do cumprimento de formalidades, seguiu para o presídio Bangu1, no Complexo de Gericinó, Zona Oeste da capital.

De acordo com fontes da PF, a decisão de Zinho de se entregar seria para tentar continuar com seus negócios criminosos e conter danos. A escolha de se entregar na PF se deu porque temia ser morto pelas polícias do Rio.

A ação que mirou Lucinha, ainda segundo essas fontes, teria representado um revés para o grupo paramilitar chefiado por ele. A advogada do miliciano teria procurado a Polícia Federal logo após a Operação Batismo.

Quem é o miliciano conhecido como Zinho?
A prisão de Zinho ocorreu seis dias após a PF e o Ministério Público do Estado do Rio (MP/RJ) realizarem a Operação Batismo, que tinha como alvos o miliciano e a deputada estadual Lucinha (PSD). Segundo as investigações, a parlamentar era chamada de "madrinha" pelo criminoso. Durante a ação, agentes cumpriram mandados de busca e apreensão na casa e no gabinete de Lucinha na Assembleia Legislativa (Alerj).

Antes de assumir o controle da milícia — que age principalmente na Zona Oeste do Rio —, Zinho era homem de confiança de seu irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko, que era chefe da quadrilha. O bandido era encarregado da contabilidade e da lavagem do dinheiro oriundo das atividades ilegais. Com a morte de Ecko durante uma operação policial, em junho de 2021, Zinho assumiu o controle do grupo paramilitar.

Atualmente, a milícia de Zinho tem como maior rival o grupo de Danilo Dias Lima, o Tandera — ex-aliado de Ecko que rompeu com ele em dezembro de 2020. Desde então, as duas quadrilhas travam um violento confronto na disputa por territórios que deixou um rastro de mortes. O confronto atingiu o ápice em setembro de 2021, quando — por ordem de Tandera — várias vans foram incendiadas na Zona Oeste, prática que continuou nos meses seguintes.

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