Política

"A democracia foi atacada e desrespeitada, mas sobreviveu", diz Alexandre de Moraes

Ao lado de Gilmar Mendes, Dias Tofolli, Barroso e Lewandowski, o presidente do TSE participou de encontro em Nova York do Lide, grupo empresarial de João Doria

Ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), durante evento do Lide em Nova YorkMinistro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), durante evento do Lide em Nova York - Foto: Reprodução/Lide

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, afirmou nesta segunda-feira (14) que a democracia foi atacada por milícias digitais responsáveis por espalhar fake news, "mas sobreviveu". Ao lado de outros ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Moraes participou de encontro em Nova York com empresários do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), entidade fundada pelo ex-governador de São Paulo João Doria.

"A democracia foi atacada, a democracia foi desrespeitada, a democracia foi aviltada, mas a democracia sobreviveu. A democracia resistiu porque o país tem instituições fortes, o país tem um Poder Judiciário autônomo, o país tem juízes, de primeira instância até o STF que respeitam a Constituição", afirmou Moraes.

A defesa da democracia e a preocupação com a desinformação pautou o discurso de todos os ministros do STF que participaram do evento. Além de Moraes, estiveram presentes Luís Roberto Barroso, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli. O ex-presidente Michel Temer, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Antonio Anastasia, e o ex-presidente do STF Carlos Ayres Britto também participaram.

Durante a viagem a Nova York, os ministros do STF sofreram críticas e assédios de brasileiros nas ruas da cidade americana, com xingamentos. Os ataques partiram principalmente de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Houve protestos do lado de fora do evento.

Regulamentação das redes sociais

Moraes também defendeu a regulamentação das gigantes de tecnologia e empresas de redes sociais, como a Meta, responsável por Facebook, Instagram e WhatsApp, além de Google, Twitter e Telegram.

"A desinformação e discursos agressivos nas redes sociais vêm corroendo a democracia. Imaginem cada um dos senhores, na sua empresa, se houvesse uma campanha de desinformação e ataque como houve com o Judiciário e o STF. Dioturnamente, agressões. Nenhuma empresa resistiria. E não resistiria porque não há regulamentação das redes sociais. Não é possível que as redes sociais sejam terra de ninguém. Não é possível que as milícias possam atacar sem ser responsabilizadas", declarou.

No evento, Temer saiu em defesa da Constituição e disse que o autoritarismo é o confronto ao texto constitucional. Ele também criticou Bolsonaro e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

"Tanto o presidente atual, quanto o eleito deveriam lançar palavras de harmonia, mas não estou vendo isso", disse o ex-presidente.

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