A estreia dos presidenciáveis no Guia Eleitoral de televisão
Como se trata do primeiro programa, alguns usaram o tempo para se apresentar ao eleitor, com dados biográficos
Polarização, fome, pandemia, desemprego, esperança, o futuro do Brasil e inflação foram alguns dos temas que nortearam a estreia da Propaganda Eleitoral Gratuita de televisão dos candidatos e candidatas à presidência da República, na tarde deste sábado (27). Leia abaixo, pela ordem de entrada de cada candidato, como foi o programa de cada um deles.
Soraya Thronicke
A candidata do União Brasil, Soraya Thronicke, que abriu o programa, usou a imagem de um eleitor de terceira idade enquanto uma locução em off pergunta: “Diga a verdade: você está feliz com o Brasil?” A partir daí, ouve-se uma série de indagações: se no lugar da tristeza, você quer união; se no lugar da briga, você quer união; se no lugar do problema, você solução. Até agora você não tinha opção. Agora, tem”.
Entra, então, a voz da candidata, em off, apresentando-se para os eleitores, coberta por imagens dela. “Eu encaro esse desafio de corpo, alma e coração; e coloco toda a minha garra para unir o país em um único caminho que nos interessa, o caminho da prosperidade, porque o Brasil que eu quero, eu faço agora. Não espero que façam por mim. Vem comigo”, finaliza ela. Volta-se a imagem do homem que aparece no começo, que olha para a câmera e diz: “vou prestar atenção nessa mulher”.
Felipe D’Ávila
Felipe D’Ávila, do Novo, talvez pelo pouco tempo de guia que seu partido dispõe, optou por falar diretamente com o eleitor. O candidato aparece em um ambiente aberto, com a câmera em plano médio, e depois de se apresentar, lança mão de um discurso direto para conquistar o eleitor.
“Nestas eleições, você vai ouvir promessas de gente que transformou o Brasil nesse caos – nesse momento, são inseridas capas de revistas semanais com manchetes de escândalos políticos dos últimos anos –, de gente que destrói nosso orgulho de ser brasileiro. Chega desse país dividido. Chega de escolher sempre o menos pior. Vem com a gente”, convida o candidato.
Lula
Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, capitalizou a polarização, que ele já havia esclarecido ser saudável, desde que ambos os lados se vejam como adversários e não como inimigos. Coberta por imagens que se opõem e divididas na tela, uma voz feminina, em off, fala sobre abandono e acolhimento, cruzar braços e estender a mão, debochar e amparar, matar/desmatar e unir/proteger/salvar, discordar e unir etc. E pergunta: “Que Brasil você quer? O do ódio ou do amor?”, antes de entrar o jingle da campanha, com pessoas fazendo o L com a mão.
Depois, Lula aparece falando de reconstrução e futuro do Brasil. “Garanto a vocês: a vida do povo vai melhorar. Já fizemos uma vez e vamos fazer melhor”, promete. Entra, então, um povo fala, com as pessoas elogiando o candidato. Lula também capitalizou a imagem do seu vice, Geraldo Alckmin, que aparece no vídeo com um discurso em que reforça a reconstrução do Brasil e a melhoria da vida das pessoas. Corta, de novo, para outro povo fala. O vídeo termina com um texto sobre a importância da democracia e, no final, um eleitor reforçando que “é Lula”.
Simone Tebet
Simone Tebet, do MDB, optou por uma breve biografia, narrada por ela mesma e cheia de imagens que casam com o texto. Ela reforça ter sido, como mulher, pioneira em várias coisas no campo da política: primeira prefeita da cidade onde nasceu, primeira vice-governadora do estado dela, primeira a presidir a comissão mais importante do Congresso Nacional, a de Constituição e Justiça, ter sido líder da bancada feminina e a primeira a disputar a presidência do Senado Federal.
A candidata optou, ainda, por falar do seu dia a dia como dona de casa, a participação dela na CPI da Covid e contra a corrupção. " Enquanto eles brigam, vou tralhar sério, assumindo compromissos e fazendo propostas para mudar de verdade a vida dos brasileiros. Comida mais barata, saúde, educação, emprego e oportunidades. Eu sou Simone Tebet e, com amor e coragem, nós vamos juntos mudar o Brasil de verdade”, finaliza ela.
Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro, do PL, começou o guia dele com um videoclipe que traz como trilha sonora a melodia do Hino Nacional e um texto, em off, que ressalta as qualidades do Brasil e a força do povo brasileiro, para depois justificar a escolha por ele. A locução complementa: “Esse povo, em 2018, escolheu um líder, um homem simples, um verdadeiro, honesto. Bolsonaro é direto, fala o que pensa e o que sente. E como sente”, e passa a falar das ações dele para o Brasil.
Bolsonaro também resolveu falar direto com o eleitor. “Começamos hoje com o nosso primeiro programa eleitoral, programa esse que terá a verdade acima de tudo. Continuaremos seguindo o nosso João, 8:32 (referência ao apóstolo, capítulo e versículo)” e complementa mostrando como pegou o Brasil em 2019 e lista o que fez até aqui, apesar da pandemia e da guerra entre Rússia e Ucrânia. “A esperança nasce das escolhas que você faz na política, bem como naquele seu sentimento de lutar e vencer”, finaliza.
Ciro Gomes
Ciro Gomes, do PDT, escolheu as ruas de São Paulo, onde aparece conversando com o telespectador, vestido de azul. “Quando eu nasci, o Brasil era o país que mais crescia no mundo. Hoje, é um dos que menos cresce, porque tem coisa errada para todo lado”. Corta, então, para ele em um supermercado, puxando um carrinho de compras: “Entrar em um supermercado, hoje em dia, é levar susto atrás de susto com o preço das coisas”.
Outro corte, e Ciro aparece, falando da janela de uma casa de taipa: “A verdade é uma só: no Brasil de hoje, a vida só melhora para os ricos e determinados tipos de políticos, os oportunistas e os corruptos. É esse sistema que eu quero mudar. Talvez exatamente por isso eu tenho o menor tempo na televisão, mas isso é muito pouco, porque tenho como principal um projeto capaz de conquistar o coração da maioria dos brasileiros e das brasileiras”, diz Ciro. Ao final, uma apresentadora avisa que “esse é só um pedacinho do programa de Ciro” e promete “uma grande surpresa” para o horário eleitoral de hoje à noite.