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Justiça

"A família está surpresa e arrasada", lamenta pai de Mauro Cid sobre nova prisão preventiva

Ao Globo, general Lourena Cid afirmou desconhecer detalhes sobre áudio em que filho critica o STF e a PF

General Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Mauro Cid General Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Mauro Cid  - Foto: Reprodução/ YouTube

O general da reserva do Exército Mauro Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid, afirmou desconhecer detalhes do áudio em que o filho fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e à Polícia Federal. Após depor à Corte nesta sexta-feira, ele teve nova prisão preventiva decretada por descumprir as medidas cautelares imposta pelo magistrado e obstrução de justiça.

— A família está surpresa e arrasada com tudo isso, porque sabemos como foi difícil o período em que ele esteve preso — lamentou o general, em entrevista ao Globo, ao lado da mulher.

O casal mora no Rio e deverá vir ra Brasília nos próximos dias a fim de prestar apoio à nora e às netas. Após a prisão de Cid, nesta manhã, o imóvel delas, no Setor Militar, foi alvo de um mandado de busca e apreensão. Entre os itens, celulares e computadores foram levados pela PF.

Antes de ser preso, Cid prestou depoimento ao desembargador Airton Vieira, que trabalha no gabinete de Moraes por cerca de 30 minutos. Em seguida, foi encaminhado ao Instituto Nacional de Criminalística (INC) da Polícia Federal.

Cid foi chamado à Corte após a divulgação de áudios, pela revista Veja, em que critica a forma como a PF e Moraes conduziram os seus depoimentos. Nas mensagens, Mauro Cid diz que foi pressionado a falar sobre fatos que não teriam acontecido ou dos quais ele não teria conhecimento. A PF avalia rescindir a delação, como mostrou a colunista Bela Megale.

Em nota, a defesa de Cid afirmou que as gravações "parecem ser clandestinas" e que as falas foram feitas em um contexto de "desabafo", no qual "relata o difícil momento e a angústia pessoal, familiar e profissional" que o tenente-coronel está vivendo.

Investigado nos inquéritos que apuram suspeitas de tentativa de golpe de Estado, falsificação de carteira de vacinação e desvio de joias do acervo presidencial, Cid passou quatro meses preso preventivamente em 2023 antes de optar pela delação.

Quando Moraes revogou a prisão preventiva de Cid, em setembro do ano passado, as medidas cautelares impostas foram:

Uso de tornozeleira eletrônica e proibição de ausentar-se da Comarca, de sair de casa à noite e nos finais de semana

Proibição de comunicar-se com os demais investigados, com exceção de Gabriela Cid (esposa), Beatriz Cid (filha) e Mauro Lourena Cid (pai)

Afastamento do exercício das funções de seu cargo de oficial no Exército

Obrigação de apresentar-se semanalmente perante ao Juízo da Execução da Comarca de origem

Proibição de ausentar-se do país e cancelamento de todos os passaportes emitidos em nome do investigado

Suspensão imediata de porte de arma de fogo bem como de realizar atividades de colecionador, tiro desportivo e caça.

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