DECLARAÇÃO

''A gente não pode votar em imbecil'', diz Lula em evento com críticas a Crivella e Bolsonaro

Presidente cumpre agendas no Rio pela segunda vez no mês, sempre ao lado do prefeito da capital

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do BrasilLuiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil - Foto: Ricardo Stuckert/PR

Na segunda visita ao Rio no mês de fevereiro, sempre ao lado do prefeito da capital Eduardo Paes (PSD), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a enaltecer a gestão do aliado durante evento nesta sexta-feira (23). Sem citar nomes, o petista lembrou ao discursar que as eleições municipais estão próximas e afirmou que a população “não pode votar em imbecil”.

— Vocês sabem que tem gente que acorda mentindo, vai no banheiro mentindo, dorme mentindo, achando que a sociedade brasileira é imbecil. Vai ter eleição esse ano e a gente não pode votar em imbecil — disse.

A exemplo do tom adotado em outras agendas, Lula enfileirou elogios a Paes e, na mesma medida, críticas ao ex-prefeito Marcelo Crivella:

— Quando eu falo que eu gosto do Rio de Janeiro é porque tem que ser cuidado de forma especial por ser o cartão postal desse país. E o povo não tem culpa dos governantes, mas vocês não sabem a diferença que é ter Eduardo Paes e quem veio depois (Crivella), vocês sabem o que aconteceu — pontuou.

Lula e Eduardo Paes participaram da inauguração do BRT Transbrasil e do Terminal Gentileza, no Centro. O presidente lembrou que as obras de mobilidade são fruto de um contrato de 2013, quando Paes iniciava seu segundo mandato e Dilma Rousseff (PT) era a titular do Planalto. A capital fluminense foi gerida por Crivella entre 2016 e 2019, até o retorno do atual prefeito.

— O contrato com a Caixa Federal foi assinado em 2013, são onze anos. Por isso foi importante a volta do Eduardo. O que vocês estão recebendo hoje é a entrega de uma prefeitura que tem compromisso com o Rio de Janeiro. Todos vocês sabem da minha relação de amizade com o prefeito Eduardo Paes — discursou Lula, citando uma suposta dívida do país com a cidade:

— O Rio tem uma coisa especial. Acho que o Brasil tem uma dívida com o Rio de Janeiro porque durante um tempo foi a capital do Império, depois continuou sendo a capital do país até que Juscelino veio e mudou a capital para o Centro-Oeste. Mas o Rio de Janeiro foi perdendo, e o que foi crescendo foi a ocupação desordenada.

'Tem uns políticos mesquinhos...'
Paes, por sua vez, seguiu a mesma linha: elogios a Lula e ataques ao seu principal rival político, Jair Bolsonaro (PL). O prefeito também brincou com a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, presente ao evento:

— Primeiro gostaria de começar agradecendo, dizer que graças a Deus ele voltou. Viva Luís Inácio Lula da Silva. E queria cumprimentar a nossa primeira-dama Janja, a maior carnavalesca do Rio de Janeiro — afirmou.

Já Bolsonaro, mesmo que não citado nominalmente, foi tratado como um “político mesquinho”:

— Tem uns políticos mesquinhos que não entendem que o ônibus do BRT não é para o Eduardo Paes usar. E esse político mesquinho passou quatro anos com essa obra parada.

O evento desta sexta-feira contou com a presença de vários dos possíveis vices de Eduardo Paes na disputa pela reeleição, em outubro: a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; o secretário de Assuntos Federativos, André Ceciliano; e os secretários municipais do Rio Adilson Pires (Assistência Social), Eduardo Cavalieri (Casa Civil), Daniel Soranz (Saúde), Felipe Santa Cruz (Governo) e Tainá de Paula (Meio Ambiente). 

O preferido de Paes, o deputado federal Pedro Paulo (PSD), também esteve ao lado do presidente. Os dois têm uma relação de confiança há anos. Como o prefeito tem o interesse de disputar as eleições para o governo do estadoem 2026, a tendência é que ele indique alguém de seu convívio para herdar a prefeitura após a renúncia do cargo para concorrer ao Palácio Guanabara.

A agenda no Centro do Rio serviu ainda para afagos em outros aliados, como o pré-candidato à prefeitura de Niterói, o secretário de Governo Rodrigo Neves (PDT), de quem Paes espera traçar um apoio mútuo nas duas cidades. Nesta sexta-feira, Paes se referiu a Neves como “todo poderoso”.

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