Operação

Abin abre investigação sobre computador da agência apreendido na casa de Carlos Bolsonaro

Vereador filho do ex-presidente Jair Bolsonaro estava com o pai em Angra do Reis no momento da operação

Carlos BolsonaroCarlos Bolsonaro - Foto: Agência Brasil

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) informou que iniciou uma apuração sobre um computador da agência que foi apreendido pela Polícia Federal nesta segunda-feira (29) na casa do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O vereador é alvo de uma operação da PF que apurar indícios de um esquema de espionagem ilegal no órgão de inteligência durante o governo de Bolsonaro, sob a gestão do então diretor Alexandre Ramagem (PL-RJ), hoje deputado federal.

Carlos é suspeito de ter sido um dos destinatários das informações levantadas de forma clandestina. O caso foi revelado pelo jornal O Globo em março do ano passado. Esta etapa da investigação tem como foco o núcleo político da suposta organização criminosa. Ramagem, que é figura próxima do vereador, é investigado e foi alvo de busca e apreensão na quinta-feira da semana passada.

A PF informa que busca avançar sobre o núcleo político do suposto esquema, "identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin, por meio de ações clandestinas". "Nessas ações eram utilizadas técnicas de investigação próprias das polícias judiciárias, sem, contudo, qualquer controle judicial ou do Ministério Público", informou.

Reportagem do Globo, de março do ano passado, mostrou que a Abin utilizou um programa secreto chamado FirstMile para monitorar a localização de pessoas pré-determinados por meio dos aparelhos celulares durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). Após a reportagem, publicada em março, a PF abriu um inquérito e identificou que a ferramenta foi utilizada para monitorar políticos, jornalistas, advogados e adversários do governo.

A ferramenta foi produzida pela empresa israelense Cognyte (ex-Verint) e era operada, sem qualquer controle formal de acesso, pela equipe de operações da agência de inteligência.

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