Investigação

Abin cita Ramagem em nota e diz que eventuais desvios de conduta não podem macular imagem da agência

Órgão afirma que "repudia" qualquer ataque ao sistema eleitoral

Alexandre Ramagem Rodrigues é um deputado federal e ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem Rodrigues é um deputado federal e ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)  - Foto: Vinicius Loures/Agência Câmara

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) afirmou em nota nesta sexta-feira que eventuais “desvios de conduta” praticados por “grupo ligado” ao ex-diretor-geral e atual deputado federal, Alexandre Ramagem (PL-RJ), não podem manchar a imagem do órgão.

O posicionamento foi enviado como resposta à revelação, pelo Globo, de que integrantes da “Abin paralela” produziram relatórios para analisar fake news sobre as urnas eletrônicas em 2020.

No seu posicionamento, a Abin destacou que “repudia qualquer ataque ao sistema eleitoral brasileiro, fundamento da nossa democracia”. A agência é responsável pela criptografia das urnas eletrônicas desde 1998.

"Desvios de conduta que tenham sido praticados por grupo ligado ao ex-diretor-geral Alexandre Ramagem, no governo passado, estão sendo investigados pelos órgãos competentes e não podem macular a imagem da Abin enquanto instituição. Há mais de 20 anos, a Abin é parceira do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na garantia da segurança do processo eleitoral e da integridade das urnas eletrônicas", afirmou o órgão.

Conforme o Globo informou, mensagens trocadas entre oficiais da agência revelaram a produção de um relatório informal, enviado por WhatsApp, sobre notícias falsas das redes sociais com ataques às urnas eletrônicas. A determinação para a análise teria partido de Ramagem. Ele não se manifestou.

Em julho de 2020, apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro passaram a difundir notícias falsas envolvendo a empresa Positivo Tecnologia. A fabricante de computadores e softwares sediada em Curitiba (PR) havia vencido uma licitação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para fornecer novas urnas eletrônicas para as eleições.

Nas postagens, bolsonaristas passaram a relacionar um dos fundadores da Positivo, o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), que deixou a companhia em 2012, com o ex-ministro da Justiça Sergio Moro e uma empresa chinesa. As publicações especulavam, sem fundamento, a relação da Positivo Tecnologia com a esquerda e o PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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