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Abusar de prerrogativas de Poderes enfraquece a sociedade, diz Pacheco após embates entre Bolsonaro

Presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG)Presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) - Foto: Marcos Brandão/Senado Federal

Depois dos recentes embates entre o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou nesta quarta-feira (4) "que abusar de prerrogativas para enfraquecer qualquer dos Poderes da República é enfraquecer a sociedade brasileira".

A fala ocorreu em discurso de abertura da primeira sessão deliberativa após o recesso parlamentar. Sem mencionar os ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral, Pacheco ainda disse que o momento é de "reafirmar o compromisso com a independência e a harmonia dos Poderes da República".

"Não se trata, portanto, de simplesmente concretizar a vontade daqueles que titularizam os poderes. Antes, suas atribuições e interações são estabelecidas e, por consequência, limitadas pela Constituição Federal. Agir fora desses limites, por qualquer que seja a razão, implica em ruptura, ainda que limitada, da harmonia do sistema", afirmou.

Os ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral se intensificaram nas últimas semanas. Nessa terça, ele disse que o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, coopta membros da corte eleitoral e do STF (Supremo Tribunal Federal) e presta um desserviço ao país ao se opor a mudanças no sistema de voto com a urna eletrônica.

Bolsonaro disse ainda que não vai aceitar "intimidações" e que eleições "duvidosas" não serão feitas em 2022.

Um dia antes, o TSE havia aprovado a abertura de um inquérito e o envio de uma notícia-crime ao Supremo para que o chefe do Executivo fosse investigado no inquérito das fake news pelos ataques à urna eletrônica feitos durante a live da última quinta-feira (29). O pedido foi aceito pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Apesar das falas desta quarta, tanto Pacheco quanto o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), têm mantido distância do conflito institucional. A aliados, eles demonstraram que não querem se envolver na briga sob pena de se indisporem com o Judiciário.
                

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