ENTREVISTA

"Acho que nós temos que semear, seguir em frente", diz a ministra do TSE Edilene Lôbo

Ministra substituta do TSE Edilene Lôbo Conta sua trajetória para realizar o sonho de ser professora e ainda conseguir ocupar uma cadeira na Corte Eleitoral

Edilene: "Eu não estou muito preocupada com a colheita"Edilene: "Eu não estou muito preocupada com a colheita" - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

A ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Edilene Lôbo, na visita que fez à Folha de Pernambuco, nesta segunda-feira (25), relembrou sua trajetória desde a infância em Taiobeiras, em Minas Gerais, onde nasceu, até chegar ao TSE. “Eu vim de uma região muito difícil do meu estado, muito pobre, e sempre tive dentro de mim que meu papel é semear. Eu não estou muito preocupada com a colheita. Acho que nós temos que semear, seguir em frente. E talvez seja isso que eu esteja fazendo aqui, no TSE. Eu nem imaginava que ia parar no TSE um dia. Eu sempre sonhei ser professora”, recordou ela.

A ministra também contou que, mesmo com todas as dificuldades na infância, começou a ler e escrever ainda muito pequena, aos 5 anos de idade. O gosto pela leitura nasceu por influência de um representante de farmácia, seu Expedito, que se hospedava na casa dela (que por ter muitos quartos funcionava como uma espécie de pensão), de seis em seis meses, e a presenteava com revistas em quadrinhos. 

Sonho
O sonho de ser professora na cidade natal parecia impossível, já que lá só se poderia cursar até a 8ª Série. “Minha mãe foi a visionária porque sacou que ali não tinha nada para nós”, detalhou.  Com menos de 14 anos, Edilene partiu para Região Metropolitana de Belo Horizonte com mais três irmãos. “Com 13 para 14 anos, eu comecei a trabalhar em um supermercado. Foi meu primeiro emprego, mas sempre com o olhar na sala de aula. Eu tinha que estudar.” 
O desejo de ser professora foi realizado, mas veio junto com vários outros.

Hoje, Edilene Lôbo é doutora em Direito Processual Civil, com estágio pós-doutoral na Universidade de Sevilha e na Faculdade de Direito de Vitória, tratando das Novas Tecnologias e Instituições de Garantia. Também é mestra em Direito Administrativo, professora do Programa de Mestrado e Doutorado em Proteção dos Direitos Fundamentais e também ensina Processo Eleitoral em cursos de pós-graduação. A ministra é professora convidada da Universidade Sorbonne Nouvelle, da França, onde leciona no Mestrado II sobre Democracia, Direitos Políticos, Eleições e Milícias Digitais na América Latina.

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