Jair Bolsonaro estreia a entrevista com presidenciáveis no Jornal Nacional
Candidato à reeleição, Bolsonaro é o primeiro presidenciável convidado do telejornal
O presidente Jair Bolsonaro (PL) estreou a série de entrevistas com presidenciáveis do Jornal Nacional, da Rede Globo. Com duração de 40 minutos, a entrevista aborda temas diversos.
Veja abaixo o que Bolsonaro disse sobre os assuntos em pauta na entrevista:
Xingamentos ao TSE
"Não existem xingamentos. Eu quero transparências nas eleições. Você, com certeza, não leu o inquérito da Polícia Federal de 2018. Se você pode botar uma tranca a mais na sua casa para evitarque ela não seja assaltada, você faz. Em 2018, houve uma denúncia de fraude, que foi apurada. A PF continuou a operação. Quem informou isso a PF foi o TSE. A PF pediu as impressões do que ocorreu em 2018. O TSE não informou na hora. Disse que tinha sido apagado. Vamos evitar que dúvidas pairem nas eleições".
Transparência das urnas
"Seja qual for o resultado, eleições limpas devem e têm que ser respeitadas. Como você (Bonner) diz que as urnas são auditáveis, se em 2014 não aconteceu isso? Vamos botar um ponto final nisso? As medidas desse ministro (Alexandre de Moraes) deviam ser contestadas. Quem vai decidir isso são as Forças Armadas. Tenho certeza que Alexandre de Moraes vai conversar e chegar a um consenso. Teremos eleições limpas e transparentes."
Defesa de medidas inconstitucionais
"As manifestações nossas não têm qualquer ruído, lata de lixo sequer virada na rua. Eu considero como liberdade de expressão. Artigo 144, o que é? É um artigo da Constituição que eu entendo da maneira como pouquíssimos entendem. Quando alguns (seguidores do presidente) falam em fechar o Congresso, é liberdade de expressão. Eu não levo para esse lado. E, para mim, isso faz parte da democracia. Eu que não posso ameaçar fechar o Congresso ou o Supremo Tribunal Federal. Vejo como liberdade de expressão, como alguns falam em AI-5. Nem existe AI-5. Você vai punir uma pessoa por levantar um faixinha no meio da multidão com "AI-5" (escrito)? Isso é uma coisa que no meu entender não leva a lugar nenhum."
Pandemia
"Nós compramos mais de 500 milhões de doses de vacinas. A primeira vacina foi dada em janeiro de 2020 e nós já estávamos vacinando no Brasil. O tratamento precoce, quando era desconhedido, foi aconselhado pelos médicos."
Desestímulo à vacina
"Não houve isso da minha parte. A Pfizer não apresentou quais seriam os efeitos colaterais. Virar jacaré foi uma figura de linguagem. Não errei nada do que eu falei. Hoje, muitos paises já falam que o lock down foi um erro. Durou mais de um ano e até hoje continua gente falecendo. Serviu para atrapalhar nossa economia."
Mortes em Manaus
"Lá (em Manaus) foi uma coisa atípica, anormal. Fizemos a nossa parte em Manaus. Não faltaram recursos milionários. Raros países do mundo fizeram o que fizemos. Não é verdade que Manaus ficou 9 dias sem receber os tubos de oxigênio."
Imitação de falta de ar
"Eu demonstro minha solidariade de outra forma. Demonstrei minha solidariedade visitando as pessoas carentes. Criamos o auxilio emergencial. Demos muito dinheiro para governadores e prefeitos. Lamento as mortes, mas a covid não devia ser tratada como foi."
Economia
"Minhas primeiras promessas foram frustradas pela pandemia, seca enorme e também o conflito na Ucrânia com a Rússia. A grande vacina a favor da economia em 2019 foram as reformas, como, por exemplo a da Previdência e a Lei da Liberdade Econômica, a modernização das Normas Regulamentadoras. A grande reforma, então, foi feita em 2019 para que pudéssemos suportar 2020. Nós pegamos 2020 e 2021 e tivermos um saldo positivo de 3 milhões de empregos no Brasil. Diferente de 2014/2015, que tivemos uma perda de quase 3 milhões de empregos. Isso é competência da equipe economica. Programas como o Pronampe preservaram mais de 10 milhões de empregos no Brasil. O próprio Auxilio Emergencial fez com que a economia, principalmente nos pequenos municípios, não colapsasse. Fui à Rússia negociar fertilizantes com Putin. Se não tivesse feito, não teríamos fertilizantes para a safra deste segundo semestre."
Meio ambiente
"Na Amazônia tem quase 30 milhões de brasileiros. Qualquer propriedade lá tem que preservar 80% e pode usufruir de 20%. Eu tentei nos primeiros dois anos de mandato fazer a regulação fundiária. Sabia que qualquer lugar desmatado ou com foco de calor, você perde aquela propriedade. O presidente da Câmara não colaborou para ir com essa proposta avante. Agora, quando se fala em Amazônia , por que não se fala na França, que há mais de 30 dias está pegando fogo? A mesma coisa na Espanha. A Amazônia é do tamanho da Europa Ocidental. Você pensa que fiscaizar é fácil? Não sou destruidor de florestas. Isso é mentira. Ninguém quer destruir florestas. O mundo sem o agronegócio do Brasil, passa fome."
Centrão
"O Centrão são mais ou menos 300 parlamentares. Se eu deixar de lado, vou governar com quê? São 503 deputados, 300 são de partidos de centro, os 200 que sobram são do PT, PCdoB, Psol, Rede. Não dá para conversar com esses, até porque eles não têm número suficiente para aprovar um projeto de lei comum. Então, os partidos de centro fazem parte do governo para que possamos avançar as reformas, como temos avançado em muitas coisas. Através do centrão conseguimos o Auxílio Brasil de 600 reais para 20 milhoes de famílias. Os partidos de esquerda votaram contra o parcelmaento dos precatórios que era condição para a gente dar lá atrás 400 reais de Auxílio Brasil. Então, o PT votou contra o Auxilio de 400 reais. O importante, é que estamos num governo sem corrupção. Chamei ministros por critérios técnicos, como Marcos Pontes ( Tecnologia) e Gilson Machado (Turismo). Então, essas pessoas é que deram impulsionamento ao governo."
Cinco ministros da Educação
"Por muitas vezes, depois que a pessoa chega, a gente ver que ela não leva jeito para aquilo. Nós começamos a investigar os pastores, não foi a Polícia Federal. As pessoas se revelam quando chegarm. O ideal era não ter rotatividade, mas acontece."
Corrupção no governo
"Quem me acusou sobre interferir na Polícia Federal foi o ex-ministro Sérgio Moro. Falou que a prova da interferência estava na sessão reservada a nós. A sessão foi gravada e eu não tinha obrigação de entregar a fita. Entreguei a fita, mas não acharam nada. Eu quando entrego o ministério para alguém, estou entregando para aquela pessoa agir.A PF, com a saída de Moro, melhorou e muito na apreensão de drogas, de numerários, em operações, em armamento.Quando o André Mendonça saiu foi porque ele foi para o Supremo Tribunal Federal. Eu não considero uma saída. Atualmente, temos um delegado da PF à frente do Ministério da Justiça. Ninguém comanda a PF. Se pudesse, o Lula, a Dilma, o Temer teriam comandado, no sentido que você (Bonner) está falando. Não tem interferência. Eles têm autonomia. Eu queria inclusive reestruturar a PRF."
Declarações finais
"Fizemos muitas reformas, infelizmente tivemos a Covid. Fizemos o máximo para que o população sofresse o menos possível. Conseguimos o auxililo de 600 reais, a transposição do Rio São Francisco, que estava parada desde 2012, criamos o Pix, pacificamos o MST."