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POLÍTICA

Advogado de Bolsonaro diz que "nunca vendeu joias"; PF cita atuação na recompra de Rolex

Nome de Frederick Wassef aparece em investigação sobre venda de presentes dados ao ex-presidente em viagens oficiais

Advogado Frederick WassefAdvogado Frederick Wassef - Foto: Reprodução / TV Globo

Dois dias após virem à tona as investigações feitas pela Polícia Federal sobre um esquema de venda de presentes oficiais dados a Jair Bolsonaro (PL), o advogado da família do ex-presidente Frederick Wassef afirmou, em nota, que "nunca vendeu, ofereceu ou teve posse de joias".

Os investigadores, no entanto, apontam para a atuação de Wassef na recompra do relógio Rolex cravejado de brilhantes que foi recebido por Bolsonaro durante uma viagem em 2019 para a Arábia Saudita e o Catar.

O advogado foi alvo da operação deflagrada na última sexta-feira, quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra ele e o general Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.

Segundo Wassef, " a primeira vez que tomei conhecimento da existência das joias foi no início deste ano de 2023 pela imprensa, quando liguei para Jair Bolsonaro e ele me autorizou como seu advogado a dar entrevistas e fazer uma nota à imprensa".

"Antes disso, jamais soube da existência de joias ou quaisquer outros presentes recebidos. Nunca vendi nenhuma joia, ofereci ou tive posse. Nunca participei de nenhuma tratativa, e nem auxiliei nenhuma venda, nem de forma direta ou indireta. Jamais participei ou ajudei de qualquer forma qualquer pessoa a realizar nenhuma negociação ou venda", prossegue o advogado.

A representação da PF, no entanto, aponta para a participação ativa de Wassef na operação montada para a recompra do relógio de luxo. Mauro Cid conseguiu vender o relógio, o general Lourena Cid recebeu o dinheiro na conta dele e coube ao advogado da família Bolsonaro recomprá-lo. Segundo a investigação, no dia 11 de março de 2023 Wassef embarcou em um voo saindo de Campinas (SP) em direção a Fort Lauderdale, na Flórida. No mesmo dia, trocou mensagens com Cid.

Em outro momento da representação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), uma mensagem encontrada no telefone celular de Mauro Cid mostra Fabio Wajngarten dizendo que Frederick Wassef é “burro demais, contaminado” durante uma conversa sobre a tentativa de reaver joias dadas ao mandatário em viagens oficias.

"Como advogado de Jair Messias Bolsonaro venho informar que, uma vez mais estou sofrendo uma campanha de Fake News e mentiras de todos os tipos, além de informações contraditórias e fora de contexto. Fui acusado falsamente de ter um papel central em um suposto esquema de vendas de joias. Isto é calúnia que venho sofrendo e pura mentira. Total armação", diz ainda a nota encaminhada pelo advogado à imprensa.

O inquérito conduzido pela PF apontou que os valores obtidos das vendas desses objetos teriam sido convertidos em dinheiro vivo e "ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores".

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