Advogado de Moro diz que "brincadeira" sobre Gilmar Mendes não pode "gerar pedido de prisão"
STF analisa denúncia da PGR contra senador por declaração em que insinua venda de sentença
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a analisar uma denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) por calúnia, devido a uma fala contra o ministro Gilmar Mendes, do STF. A denúncia ocorreu devido a um vídeo no qual Moro aparece rindo e fala em "comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes".
No início do julgamento, o advogado de Moro, Luis Felipe Cunha, reconheceu que a declaração de Moro foi "infeliz", mas disse que ela ocorreu em um "ambiente jocoso", de uma festa junina.
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— Meu cliente fez uma brincadeira falando sobre a eventual compra da liberdade ele caso ele fosse preso naquela circunstância de uma brincadeira de festa junina, Em nenhum momento ele acusou o ministro Gilmar Mendes de vender sentença. O que não pode haver é análise de uma brincadeira gerar um pedido de prisão — declarou Cunha.
No vídeo que motivou a denúncia, que tem menos de dez segundos, Moro aparece dizendo:
— Não, isso é fiança. Instituto para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes — diz.
A denúncia foi apresentada pela então vice-procuradora-geral da República Lindôra Maria Araújo, na gestão de Augusto Aras na PGR. Araújo afirmou que Moro cometeu crime de calúnia contra o ministro do STF ao sugerir que Gilmar pratica corrupção passiva. Por isso, pediu a perda do mandato do senador caso a condenação passe de quatro anos de prisão.