Aécio vence queda de braço com Rodrigo Garcia e assume fundação partidária do PSDB
Aliado de Marconi Perillo, eleito presidente nacional do partido na semana passada, ex-governador de Minas desbanca articulação de tucanos de São Paulo e da bancada federal
O deputado federal e ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB-MG) foi escolhido por correligionários, nesta quarta-feira (6), para ser o novo presidente do Instituto Teotônio Vilela, órgão de formação partidária do PSDB.
A escolha de Aécio representa mais uma vitória interna do deputado mineiro, uma semana depois de ter sido o principal fiador da escolha do ex-governador de Goiás Marconi Perillo como novo presidente nacional da sigla.
Leia também
• Escolha do novo presidente do PSDB consolida retomada de força de Aécio Neves dentro do partido
• Aliado de Aécio, Marconi Perillo é eleito presidente do PSDB
A escolha de Aécio ocorreu por unanimidade entre os 23 conselheiros do instituto, que se reuniram nesta quarta pela primeira vez desde a convenção nacional tucana. Desde a vitória de Perillo na convenção, havia uma disputa nos bastidores entre Aécio e o ex-governador de São Paulo Rodrigo Garcia para assumir a fundação.
O órgão é cobiçado tanto por sua capilaridade nacional, já que se dedica à "doutrinação e educação política" de filiados em todo o país, quanto por seu orçamento. A legislação eleitoral determina que no mínimo 20% dos recursos do fundo partidário sejam destinados por cada sigla às respectivas fundações.
No ano passado, de acordo com a prestação de contas apresentada pelo PSDB ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o partido destinou R$ 13,4 milhões ao Instituto Teotônio Vilela. À época, os tucanos receberam R$ 63 milhões do fundo partidário.
Em 2023, devido à redução em suas bancadas na Câmara e no Senado, a fatia total do fundo partidário que cabe ao PSDB será de cerca de R$ 34 milhões. O partido, contudo, é autorizado pela legislação a gastar mais do que 20% de seu fundo com o instituto.
Dirigentes tucanos avaliam que Aécio vem reconquistando poder dentro do partido desde o ano passado, e avançou novas casas com a ascensão de Perillo, seu aliado de longa data, à presidência tucana. Outro aliado de Aécio, o deputado federal Paulo Abi-Ackel, ficou com a secretaria-geral do partido com a formação da nova Executiva nacional, na semana passada.