São Paulo

Além de Bolsonaro, Tarcísio também deve ajudar na escolha do vice de Nunes

Prefeito foi informado nesta quinta sobre decisão do ex-presidente de apoiá-lo na eleição de 2024

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o prefeito da capital, Ricardo Nunes O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o prefeito da capital, Ricardo Nunes  - Foto: Isadora de Leão Moreira/Governo do Estado de São Paulo

Com a decisão de Jair Bolsonaro (PL) de apoiar o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), na eleição de 2024, a escolha do vice do emedebista será o próximo tema que precisará ser alvo de acordo político entre aliados. O ex-presidente deve ter a palavra final na decisão, mas não sozinho: o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) também deve ter voz nessa decisão.

Pessoas no entorno de Nunes afirmam ao Globoque ainda é “muito cedo” para escolher o vice e o importante é focar nas entregas da prefeitura na capital. Entretanto, Bolsonaro já teria sinalizado para Tarcísio que sua opinião terá peso nessa escolha. Isso é defendido por aliados do emedebista, que consideram o governador um aliado estratégico para conseguir os votos do eleitorado mais à direita em São Paulo.

Nunes recebeu a notícia de que Bolsonaro o apoiaria do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, durante um telefonema na tarde da última quinta. Valdemar fez a ligação logo após conversar com a colunista Bela Megale, do Globo, que revelou a informação.

— Nesta semana, Bolsonaro deu o assunto por encerrado e vamos de Ricardo Nunes — afirmou Valdemar à coluna.

A decisão pôs fim a uma novela que se arrastava há meses, já que o ex-presidente estava dividido entre o atual prefeito e o deputado federal Ricardo Salles (PL), seu ex-ministro do Meio Ambiente. Na quarta, Nunes chegou a publicar um vídeo em suas redes sociais destacando como seria “fundamental” ter o apoio do ex-presidente e do governador. No dia anterior, Tarcísio havia dito que seu apoio ao prefeito da capital estava condicionado à escolha de seu padrinho político.

Aliados do prefeito avaliam que o anúncio do apoio ainda fortalece alianças com outros partidos, como PSDB, Republicanos, União e Podemos, para concentrar os esforços da direita em um só candidato a fim de evitar uma vitória do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que vai se candidatar com o apoio do presidente Lula (PT).

Nunes deve acelerar as entregas nos primeiros meses de 2024, e terá um caixa robusto para isso: na última quinta, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou o orçamento com R$ 111,8 bilhões, um valor que supera em 16,6% os R$ 95,8 bilhões aprovados para 2023. As áreas que mais tiveram incremento nos recursos foram a habitação e a mobilidade, que devem ser exploradas como as principais bandeiras do emedebista.

Em novembro, o Globo mostrou que o prefeito tem tentado mostrar que a pauta da luta por moradia não é só da esquerda, mirando uma seara na qual Boulos fez carreira, e tem focado no programa Pode Entrar — uma espécie de Minha Casa Minha Vida municipal — para viabilizar moradias para a população de baixa renda. Na mobilidade, o prefeito aposta na tarifa zero aos domingos e manteve o congelamento do preço da passagem de ônibus pelo quarto ano seguido, além de asfaltar vias em toda a cidade, no que chama de "maior programa de recapeamento da história".

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