Alexandre de Moraes mantém Roberto Jefferson preso
Ex-presidente do PTB está detido desde outubro, quando reagiu com tiros e granadas a ordem de prisão dada pelo ministro do STF
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve a prisão preventiva do ex-deputado Roberto Jefferson. Na decisão, o ministro argumentou que a situação que motivou a prisão preventiva dele se mantém e, por isso, negou o pedido de liberdade feito pela defesa.
Leia também
• Novo comandante do Exército barra ex-ajudante de ordem de Bolsonaro no comando de batalhão
• AGU pede bloqueio de bens de presos em flagrante por atos terroristas
• Massagem, feira, teatro de fantoches: PGR detalha acampamento diante do QG do Exército em Brasília
Segundo Moraes, "em diversas ocasiões, foram trazidas aos autos notícias de diversos descumprimentos das medidas cautelares impostas em face de ROBERTO JEFFERSON MONTEIRO FRANCISCO, a revelar a sua completa ineficácia em cessar o periculum libertatis do investigado. As violações ocorreram, majoritariamente, por meio das seguintes condutas".
No dia 23 de outubro de 2022, o ex-presidente do PTB foi preso após a veiculação de novos vídeos com ataques ao processo eleitoral e a ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na ocasião, Jefferson reagiu com tiros e granadas à ação dos agentes, deixando dois policiais feridos. Ele cumpria prisão domiciliar.
Na determinação desta terça-feira, Moraes afirma que as inúmeras condutas do ex-deputado podem configurar, inclusive, novos crimes, "entre eles os delitos de calúnia, difamação, injúria, de abolição violenta do Estado Democrático de Direito" e de incitar, publicamente, animosidade entre as Forças Armadas, ou delas "contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade".
Moraes lembra que Jefferson, ao reagir à PF, utilizou "armamento de alto calibre (fuzil 556), para disparar uma rajada de mais de 50 (cinquenta) tiros, além de lançar 3 (três) granadas contra a equipe da Polícia Federal".
"O cenário se revela ainda mais grave pois, conforme constou do auto de apreensão, foram apreendidos mais de 7 (sete) mil cartuchos de munição (compatíveis com fuzis e pistolas)", aponta o ministro.
Além da prisão judicial em 23 de outubro, o ex-parlamentar foi preso em flagrante sob a acusação de tentativa de homicídio. Quatro dias depois, a prisão foi convertida em preventiva, e Jefferson se tornou réu por quatro tentativas de homicídio.