Aliado de Lula, Edinho Silva fala em taxar sites de aposta
Segundo Edinho, seria possível regulamentar os jogos e "carimbar" esse dinheiro para a educação
Um dos coordenadores de comunicação da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, o prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva (PT), defendeu taxar sites de aposta em entrevista ao Canal Livre, da BandNews TV, neste domingo.
Segundo Edinho, seria possível regulamentar os jogos e "carimbar" esse dinheiro para a educação.
— Eu penso que nós temos que buscar fontes de custeio para que a gente, já em 2023, consiga superar essa situação (das crianças que ficaram fora da sala de aula na pandemia). Tem setores, vou abrir uma polêmica, que não são tributados, é um absurdo. Os jogos, sites de aposta. Como que estamos falando de crianças fora de escola e talvez hoje a maior avalanche de apostas que o Brasil já viveu sendo feita fora do país sem nenhuma tributação? — questionou o prefeito.
Ele ainda acrescentou: — Há estudos que dizem que só a regulamentação dos jogos geraria ao Brasil R$ 23 bilhões já primeiro ano. Com R$ 23 bilhões nós teríamos um programa de compensação educacional para essas crianças que ficaram fora da escola na pandemia. Eu defendo isso.
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Em dezembro de 2018, o então presidente Michel Temer (MDB-SP) assinou um decreto autorizando a operação das casas de apostas no Brasil. Até hoje, porém, não houve uma regulamentação. A atual lei, nº 13.756, coloca algumas regras, como por exemplo a necessidade de empresas que operam no Brasil serem sediadas em outros países.
Não é permitido ter ponto de venda físico, e os sites devem necessariamente serem hospedados em domínios de redes internacionais. Leia na reportagem do GLOBO que mostrou, em detalhes, como funciona a operação de apostas esportivas.
— Eu defendo isso. Você carimba esse dinheiro para educação e para infraestrutura educacional. Não é só remunerar o professor. É melhorar a merenda. Não adianta fazer o 4G chegar na escola pública se não tiver equipamento. Só internet circulando na escola sem equipamento não adianta nada.
Edinho ainda defendeu criar um "selo SUS" para o cigarro, que segundo ele seria revertido para a saúde.
—Tem uma fila de exames e cirurgias eletivas gerada pela pandemia. Por que não criamos o selo SUS no cigarro? Você tem um produto mais nocivo à saúde pública do que o cigarro? — afirmou o ex-ministro. — Todo ano o cigarro gera doença cardiorrespiratória, que gera exame, que gera cirurgia. Por que o cigarro não paga uma parte desse custo do SUS?