Alvo da Operação Lesa Pátria, general da reserva presta depoimento à PF
Ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Ridauto Fernandes foi alvo de um mandado de busca e apreensão
Alvo de um mandado de busca e apreensão na nova fase da Operação Lesa Pátria, o general da reserva Ridauto Fernandes presta depoimento nesta sexta-feira na sede da Polícia Federal. Ex-integrante das "Forças Especiais" do Exército, os chamados "kid pretos", Fernandes participou dos atos golpistas de 8 de janeiro.
Segundo a coluna de Bela Megale, a PF investiga se ex-membros das "Forças Especiais" agiram para iniciar e facilitar a invasão dos prédios dos Três Poderes naquele dia. Os militares desse grupo são treinados com técnicas de ações de sabotagem, insurreição, guerrilha e operações de inteligência.
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A PF informou que o alvo também teve as contas bloqueadas para uma eventual indenização pelos danos causados ao patrimônio público em 8 de janeiro. Ele é investigado pelos crimes de abolição violenta ao Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa e incitação ao crime.
“Policiais federais cumprem um mandado de busca e apreensão, expedido pelo Supremo Tribunal Federal, na cidade de Brasília/DF. Além dessa medida, foi determinado pelo STF o bloqueio de ativos e valores do investigado”, diz a nota da corporação. As ordens foram expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
O general Ridauto Fernandes foi ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde na gestão do general Eduardo Pazuello, que também integrou as "Forças Especiais" e o convidou para o cargo. Durante a pandemia de Covid-19, ele escreveu artigos defendendo que o governo Bolsonaro fizesse uma intervenção nos Estados e declarasse o Estado de Sítio para determinar regras de circulação durante a crise sanitária.
O general da reserva também comandou uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Rio Grande do Norte entre o fim de 2017 e o início de 2018, decretada pelo então presidente Michel Temer. Fernandes está na reserva desde fevereiro de 2018. Atualmente, ele trabalha como diretor de Segurança e Defesa do Instituto Sagres, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que presta consultorias e faz estudos sobre política e gestão pública.