SENADO

Alvo de operação da PF, Marcos do Val volta ao mandato e pede para Senado 'não ficar de joelhos'

Senador é alvo de um inquérito do Supremo que apura atos antidemocráticos

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) O senador Marcos do Val (Podemos-ES)  - Foto: Pedro França/Agência Senado

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) retornou de um período de licença e reassumiu o seu mandato na Casa Legislativa. Em discurso feito no plenário do Senado nesta quinta-feira, o parlamentar reclamou da operação da Polícia Federal da qual foi alvo e pediu solidariedade aos senadores.

– (O presidente do Senado) Rodrigo Pacheco está ajudando bastante, quero agradecer a ele, ele tem sido um cara muito especial, mas eu precisaria que os senadores pudessem se colocar no meu lugar, porque, se a gente deixar isso acontecer, amanhã será com mais um, com mais outro, com mais outro, com mais outro, e aí o Senado fica de joelhos.

A ação da PF que teve o senador como alvo tem relação com a abertura do inquérito determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes sobre os relatos de Do Val referentes à suposta articulação de um golpe, com a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-deputado Daniel Silveira. O parlamentar trocou de versão ao menos seis vezes sobre o episódio. Uma das suspeitas é que ele teria cometido obstrução de Justiça.

O senador disse que não se arrepende de nada.

– Não foi por corrupção, não foi por lavagem de dinheiro, não foi por crime organizado, não foi por fake news. Foi por denunciar uma possível organização da queda da democracia. E eu fui defender a democracia. Alguns me perguntam: "Você se arrependeu?" Não. Farei milhões de vezes, se for necessário, para defender a nossa democracia.

No mesmo dia em que decidiu tirar licença, que durou cerca de 40 dias, o senador também anunciou que saiu da CPI do 8 de Janeiro. De acordo com ele, no entanto, as ideias da oposição estão bem representados pelo senador Marcos Rogério (PL-RO), que o substituiu, e por outros parlamentares.

– A minha saúde, a minha família e a minha honra ainda estão padecendo disso, mas só me afastei depois de assegurar que o meu posto, na luta pela verdade e pela justiça, a respeito do dia 8 de janeiro, não seria deixado descoberto. Contei com a preciosa colaboração dos meus colegas senadores Marcos Rogério, Eduardo Girão, Esperidião Amin, dentre outros, que ecoaram a minha voz na CPMI – disse na terça-feira, quando o senador já havia voltado e feito outro discurso no plenário da Casa.

No mesmo dia, Do Val reclamou que, por ordem da Justiça, ainda está sem acesso às redes sociais.

– A única coisa que ainda lamento é que as minhas redes sociais ainda não retornaram. Eu só tenho esta tribuna para falar, mas agradeço demais a todos os pares que estão aqui e que me enviaram mensagens de alento.

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