Amazônia Legal registra forte queda no desmatamento em fevereiro
Derrubada de árvores também recuou 24% em fevereiro no Cerrado
O desmatamento na Amazônia Legal registrou seu nível mais baixo em nove anos para um mês de fevereiro, um dado promissor a poucos meses de a maior floresta tropical do planeta sediar a COP30 da ONU sobre o clima.
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Os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) detectaram alertas de desmatamento em 80,95 km², uma queda de 64% em relação a fevereiro de 2024 e o dado mais baixo desde a criação do sistema em 2016.
A derrubada de árvores também recuou 24% em fevereiro no Cerrado, uma savana tropical rica em biodiversidade a leste da Amazônia, mas o número ainda é muito alto, com uma área destruída de 494 km².
A destruição da floresta, cuja vegetação é essencial para a absorção de dióxido de carbono da atmosfera, agrava o aquecimento global.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anfitrião da COP30 em novembro que será realizada em Belém, no Pará, comprometeu-se a erradicar o desmatamento ilegal até 2030.
Destinado principalmente a abrir espaço para a pecuária e a agricultura, o desmatamento foi significativamente reduzido desde a chegada de Lula ao poder em 2023, após disparar durante o mandato de seu antecessor, Jair Bolsonaro.
Segundo dados do INPE, caiu pela metade em 2023 (5.156 km² contra 10.278 km² em 2022) e 19% em 2024 (4.183 km²).
Esses números contrastam, no entanto, com o aumento da área de vegetação degradada devido a incêndios, que é contabilizada separadamente do desmatamento.
No ano passado, 30,8 milhões de hectares (308.000 km²) sofreram queimadas no Brasil, um aumento de 79% em relação a 2023, segundo um relatório da plataforma de monitoramento MapBiomas.
Isso equivale a uma área maior do que a Itália e representa o dado mais alto desde 2019.
De acordo com o INPE, mais de 140 mil focos de incêndio foram registrados na Amazônia Legal em 2024, um número inédito em 17 anos, representando um aumento de 42% em relação a 2023.
No ano passado, o Brasil enfrentou uma seca histórica, atribuída por especialistas às mudanças climáticas. O fenômeno favoreceu a propagação dos incêndios, causados em grande parte pela ação humana.