Ambiente é favorável para julgar inelegibilidade de Bolsonaro, segundo ministros do TSE
Ex-presidente é alvo de 16 ações, mas a mais avançada é a que trata da reunião com embaixadores, quando Bolsonaro atacou as urnas eletrônicas
Se depender de alguns ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode ser ter sua inelegibilidade julgada ainda no primeiro semestre deste ano, entre março e abril. A informação é da colunista do g1 Andréa Sadi, que ouviu alguns ministros e que garantem que o ambiente favorece o julgamento.
O ex-presidente é alvo de 16 ações contra ele, mas fontes do TSE ouvidas pela jornalista afirmam que a mais avançada é a que trata da reunião de Bolsonaro com embaixadores no Palácio da Alvorada, quando ele ameaçou o sistema eleitoral com ataques às urnas.
Alterações na composição da corte fazem com que haja uma corrida contra o tempo nos bastidores do TSE para colocar em pauta essas ações. É que, em maio, o ministro Ricardo Lewandowski vai ser aposentado e, além do STF, deixa a vaga de titular do TSE.
Para a vaga, hoje, assumiria Kassio Nunes Marques, que é aliado de Bolsonaro e que, entre outras ações, poderia pedir vista e interromper esse julgamento, caso o tema fosse jogado para o segundo semestre.
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Nos bastidores do STF circula uma avaliação de que, por conta da gravidade dos ataques golpistas e de vandalismo do último dia 8, o julgamento passou a ser uma prioridade e que é possível outro arranjo para que Marques não assuma a vaga de Lewandowski.
Tradicionalmente, ocupa a vaga o ministro com mais tempo de corte. Porém, segundo o que está sendo discutido nos bastidores, pode haver uma votação para que Dias Toffoli assuma a vaga de Lewandowki.
Se a ação for adiante, Bolsonaro pode ser tornar inelegível. O próprio entorno de Bolsonaro acredita nessa possibilidade e teme, ainda, que o ex-presidente seja preso. No entanto, ministros do STF e do TSE ouvidos pelo blog descartam, por ora, qualquer avanço nesse sentido.