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EX-MINISTRO

Anderson Torres presta depoimento sobre ação da PRF na eleição de 2022; entenda a situação

Defesa diz que Torres "respondeu a todos os questionamentos e demonstrou disposição em auxiliar"

Anderson TorresAnderson Torres - Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

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O ex-ministro da Justiça Anderson Torres prestou um novo depoimento à Polícia Federal no âmbito da investigação sobre o bloqueio de rodovias no segundo turno das eleições de 2022. Na ocasião, estradas foram bloqueadas por blitzes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e só foram liberadas após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O depoimento aconteceu na sede da PF em Brasília, nesta segunda-feira (15). No último dia 16 de agosto, a PF já havia indiciado o ex-ministro e o ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, pelo crime de impedir, com emprego de violência física, sexual ou psicológica, o exercício de direitos políticos a qualquer pessoa em razão de seu sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Cabe agora, ao Ministério Público Federal (MPF), decidir se denuncia, arquiva ou caso ou pede mais diligências.

De acordo com o inquérito, no segundo turno do pleito presidencial, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), ambos teriam agido para dificultar o deslocamento de eleitores, sobretudo, em estados do Nordeste, onde se concentram os votos para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A defesa de Anderson Torres informou, por meio de nota, que no depoimento de ontem ele respondeu a todos os questionamentos e “demonstrou sua disposição em auxiliar na busca da verdade dos fatos”. O advogado Eumar Novacki, que representa Torres, disse ainda que pedirá a “reconsideração da decisão do indiciamento, que ocorreu antes da conclusão do inquérito policial”.

Torres e Vasques chegaram a ser presos preventivamente por determinação também de Moraes. O delegado da PF é investigado também por suposta omissão nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Já o chefe da PRF foi solto na segunda semana de agosto, após um ano. Além deles, outros quatro policiais federais cedidos ao Ministério da Justiça também foram indiciados pelo mesmo crime.

No dia 7 de outubro, o ex-diretor-geral da PRF também prestou novo depoimento à Polícia Federal dentro do mesmo inquérito. Na ocasião, ele voltou a negar que os bloqueios tenham sido feitos para atrapalhar a chegada de eleitores nos locais de votação.

A defesa de Vasque tem dito que o indiciamento não causa preocupação, pois, em sua visão, o crime atribuído a seu cliente não se aplica ao caso. "Se o fato tivesse sido praticado seria em razão de preferência política, e não, em razão de procedência nacional — preferência política não é um dos elementos do tipo penal", afirmou, na época do indiciamento.

Provas reunidas pelos investigadores incluem, além dos depoimentos, mensagens trocadas na época dos bloqueios, planilhas das blitz realizadas e imagens das ações. Um um relatório parcial, de 221 páginas, já foi encaminhado ao STF. Vasques passou quase um ano preso pela suposta tentativa de interferência no segundo turno das eleições para beneficiar Jair Bolsonaro, que disputava a reeleição, mas perdeu.

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