Funeral da rainha

Antes de ir a Londres, Bolsonaro foi a três velórios; Veja quais

Presidente é criticado por não ter se solidarizado com vítimas da Covid-19, nem por mortos de Brumadinho, mas foi à embaixada britânica homenagear Elizabeth II

Bolsonaro foi à embaixada britânica homenagear Elizabeth IIBolsonaro foi à embaixada britânica homenagear Elizabeth II - Foto: Clauber Caetano / Braziliam Presidency / AFP

A ida do presidente Jair Bolsonaro ao funeral da rainha Elizabeth II, que será realizado na próxima segunda-feira (19) em Londres, é um gesto atípico para o chefe do Executivo, que só compareceu, em público, a três velórios durante o seu mandato. Um deles foi o da sua mãe, enquanto os outros dois tiveram relação com duas de suas bases de apoio: militares e policiais.

Bolsonaro é criticado por adversários políticos por não ter visitado a família de nenhuma das quase 685 mil vítimas da Covid-19 no Brasil, além de não ter se manifestado na morte de alguns artistas e autoridades importantes do país.

Entretanto, além de ir ao funeral, na segunda-feira ele também foi à embaixada britânica homenagear Elizabeth II, e sua campanha vê nestes atos um potencial de tentar melhorar seu desempenho na busca na reeleição — ele está 15 pontos atrás de Lula na última pesquisa Ipec.

O comparecimento a velórios teve relação com motivos pessoais e políticos. Em junho de 2020, por exemplo, Bolsonaro foi ao Rio de Janeiro participar do velório de um soldado paraquedista, que morreu em um acidente durante um treinamento. Lá, aproveitou para discursar sobre o papel das Forças Armadas.

No fim daquele ano, enquanto passava uma semana de folga em São Paulo, o presidente compareceu ao velório de um policial militar que morreu ao salvar quatro crianças que se afogavam.

Ainda em 2020, Bolsonaro participou de uma cerimônia no Ministério da Justiça em homenagem a um soldado do Exército que morreu durante um patrulhamento no Rio Paraná.

Já em janeiro deste ano, Bolsonaro interrompeu uma viagem ao exterior e voltou ao Brasil para o enterro de sua mãe, Olinda Bolsonaro, que morreu aos 94 anos.

No caso da rainha Elizabeth II, o convite para Bolsonaro foi enviado na noite de sábado à embaixada do Brasil em Londres, e na manhã seguinte o presidente orientou o Ministério das Relações Exteriores a responder positivamente. De acordo com o colunista Lauro Jardim, o núcleo de campanha de Bolsonaro acredita que ele pode se beneficiar da exposição por participar da cerimônia.

Menos decretos de luto

Como o GLOBO mostrou, Bolsonaro é um dos presidentes que menos decreta luto oficial. Até o início deste ano, o presidente só havia utilizado o mecanismo uma vez, na morte do ex-vice-presidente Marco Maciel.

Desde então, Bolsonaro já decretou luto mais cinco vezes: pelas mortes do ideólogo Olavo de Carvalho; do presidente do Emirados Árabes Unidos, Khalifa Bin Zayed; do ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe de Dom Luiz de Orleans e Bragança, herdeiro da família imperial brasileira; e da própria Elizabeth.

Antes disso, contudo, o presidente deixou passar o falecimento de personalidades ilustres, como os atores Tarcísio Meira e Paulo Gustavo, os cantores João Gilberto e Marília Mendonça e o prefeito de São Paulo, Bruno Covas.

Também não houve decreto de luto na tragédia de Brumadinho, que matou mais de 300 pessoas, nem para as vítimas da Covid-19.

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