EX-PRESIDENTE

Após acordo de delação, defesa de Cid diz que PF ainda não marcou novos depoimentos

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi liberado no último sábado após ter a colaboração premiada homologada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes

Mauro CidMauro Cid - Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Um dia após ter o acordo de delação premiada homologado pelo Supremo Tribunal Federal, o tenente-coronel Mauro Cid ainda não tem novos depoimentos previstos. Segundo seu advogado, Cezar Bitencourt, a Polícia Federal ainda não o procurou para que seu cliente dê mais informações sobre as investigações nas quais se comprometeu a colaborar.

O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro já falou por mais de 26 horas à PF, com quem firmou um acordo de delação premiada homologado no sábado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Os depoimentos foram prestados em três ocasiões diferentes nas últimas duas semanas.

Bitencourt também disse não estar em tratativas com a Procuradoria-Geral da República (PGR), que se opôs ao acordo firmado pela PF. Na semana passada, antes da delação ser homologada pelo STF, a defesa havia sido procurada por integrantes da procuradoria, segundo revelou a CNN Brasil.

— Isso não existe — disse ele ao Globo.

O tenente-coronel deixou neste sábado a prisão no Batalhão da Polícia do Exército, em Brasília, onde estava encarcerado desde o dia 3 de maio.

Moraes atendeu a um pedido da defesa, que alegou não haver razões para a manutenção da prisão preventiva, e determinou a soltura do ex-ajudante de ordens mediante o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar à noite e o afastamento do cargo de oficial do Exército.
 

No pedido de liberdade, Bitencourt argumentou que Cid poderia "continuar contribuindo com a investigação" sem estar preso no batalhão, onde era necessário "requisitar o Comando do Exército" e "acionar todo o aparato estatal" para deslocá-lo aos depoimentos na superintendência da PF.

Após a soltura, Cid passou o fim de semana em sua casa com a mulher, filhas e o pai, o general Mauro Lourena Cid. Ele mora dentro do Setor Militar Urbano (SMU), uma espécie de condomínio com quarteis, praças e clubes reservado à moradia dos militares na capital federal.

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