BUSCA DA PACIFICAÇÃO

Após ataques de Bolsonaro às urnas, AGU se reúne com presidente do TSE para buscar pacificação

Bruno Bianco se reuniu com ministro Edson Fachin com aval de Bolsonaro, dizem integrantes do governo

Bolsonaro na sessão que promulgou a PEC EleitoralBolsonaro na sessão que promulgou a PEC Eleitoral - Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

Dois dias após o presidente Jair Bolsonaro atacar as urnas eletrônicas em reuniões com embaixadores, o advogado-geral da União, ministro Bruno Bianco, se reuniu com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, para tentar apaziguar o ânimo com a Corte eleitoral. De acordo com integrantes do governo, a reunião teve o aval do titular do Palácio do Planalto.

O chefe da AGU vinha sinalizando o interesse em buscar o diálogo tanto com Fachin quanto com o ministro Alexandre de Moraes, que assumirá a presidência do TSE no dia 16 de agosto. A interlocutores, Bianco tem afirmado que acredita ser possível construir uma ponte entre Bolsonaro e os ministros da Corte para que o processo eleitoral ocorra de forma pacífica.

Um dia após o encontro com Fachin, o advogado-geral da União também esteve no Palácio do Planalto em reunião com Bolsonaro para fazer um relato do encontro com o presidente do TSE.
 

A conversa entre Bianco e Bolsonaro ocorreu horas após o presidente do TSE ter dado cinco dias para Bolsonaro se manifestar a respeito de pedidos feitos por partidos de oposição como PDT, PT, Rede e PCdoB para que sejam excluídos das redes sociais os vídeos em que o mandatário aparece atacando as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral durante reunião com embaixadores na segunda-feira.

Nesta sexta-feira, Bolsonaro disse ter certeza que haverá um acordo sobre as urnas eletrônicas.

— Nós somos pessoas civilizadas, e vai chegar a um bom termo essa questão. Tenho certeza — disse o presidente em conversa com jornalistas em um posto de combustível em Brasília, após ser questionado pela imprensa sobre o que acontecerá se o TSE não acatar as propostas das Forças Armadas.

A expectativa de integrantes do governo é que o TSE atenda ao menos parte das propostas feitas pelas Forças Armadas como um gesto de pacificação. Outros ministros também já se colocaram à disposição para tentar achar uma solução para a crescente tensão entre o presidente e a corte eleitoral. Na semana passada, o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, já havia se reunido reservadamente com Alexandre de Moraes, alvo de ataques de Bolsonaro.

A Corte Eleitoral, no entanto, já informou que as três sugestões feitas por militares “foram devidamente analisadas e consideradas”.

“O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informa que as três propostas para o aprimoramento das eleições, indicadas como não acolhidas pelo ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira e pelo coronel Marcelo Nogueira de Souza, já foram analisadas e consideradas pela Corte Eleitoral. O Tribunal informa que elas receberam, como dezenas de outras propostas, os devidos encaminhamentos, que respeitaram a legislação eleitoral em vigor”, informou o TSE.

Essa não é a primeira vez que Bianco se coloca como um interlocutor entre o Palácio do Planalto e o Judiciário. No ano passado, ele atuou nos bastidores para ajudar a articular uma trégua com o Supremo Tribunal Federal (STF) após os atos de 7 de Setembro do ano passado.

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