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Após cometer escorregada com Bolsonaro e ser acusado de racismo, Jorginho Mello troca comunicação

Governador de Santa Catarina disse, em entrevista, que ex-presidente mantinha contato com Valdemar Costa Neto; também na semana passada, afirmou que cidade catarinense se destacava "pela cor das peles das pessoas"

Jair Bolsonaro com Jorginho Mello no aeroporto em Santa Catarina Jair Bolsonaro com Jorginho Mello no aeroporto em Santa Catarina  - Foto: Reprodução/Instagram Jorginho Mello

Após dar declarações de repercussão nacional, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), anunciou que trocará o comando da sua Secretaria de Comunicação do Estado.

A mudança ocorre após Jorginho ter afirmado, durante entrevista, que o ex-presidente Jair Bolsonaro e o dirigente nacional do PL "conversam com frequência".

A fala foi chamada de "escorregada" por Bolsonaro, uma vez que os dois políticos estão impedidos de se comunicar por serem investigados na trama do golpe.

— Jorginho Mello deu uma escorregada. Na mesma entrevista, ele disse que lamenta eu não falar com Valdemar e diz que eu tenho falado muito com Valdemar. Não é verdade, foi um ato falho dele — disse Bolsonaro, em entrevista coletiva no último sábado.

Também na semana passada, o governador passou por outra crise em sua comunicação.

Em agenda na cidade de Pomerode, onde mais de 80% da população é branca, ele disse que o município se destacava pela "cor da pela das pessoas".

Políticos ligados à oposição acionaram o Ministério Público e a Procuradoria-Geral da República. Jorginho disse ser vítima de distorção e reafirmou seu compromisso contra o racismo.

Diante dos episódios, o atual secretário, João Paulo Gomes, ocupará o cargo de adjunto. Quem assume o posto é o jornalista Bruno Oliveira, que já trabalhou para os partidos MDB e PSD.

Nos bastidores, a troca na Secretaria de Comunicação de Santa Catarina é vista como uma tentativa de minimizar os danos causados por essas declarações, que expuseram certa fragilidade e irritaram o bolsonarismo.

O Globo questionou o governo sobre o motivo que levou a reestruturação. A matéria será atualizada, em caso de manifestação.

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