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São Paulo

Após criticar proposta de Marçal, Nunes faz projeto para teleférico de R$ 1 bilhão na Brasilândia

Transporte teria capacidade de levar 3.200 passageiros por hora no trecho da Avenida Deputado Cantídio Sampaio com o CEU Paz

Estação de teleférico e redesenho da Av. Cantídio Sampaio Estação de teleférico e redesenho da Av. Cantídio Sampaio  - Foto: Divulgação

A prefeitura de São Paulo concluiu um estudo de viabilidade para a instalação de um teleférico na região da Brasilândia, na zona norte da capital paulista.

Na campanha de 2024 à prefeitura, Nunes e outros candidatos criticaram a ideia do então concorrente Pablo Marçal (PRTB) para o uso do modal na cidade.

O teleférico ligaria a Avenida Deputado Cantídio Sampaio com o Centro Educacional Unificado (CEU) Paz, no Jardim Paraná. Se sair do papel, a previsão é que o projeto seja entregue em 2029.

Ainda é preciso que a prefeitura desenvolva um projeto executivo para poder fazer a licitação das obras.

Orçado em R$ 1 bilhão, o teleférico tem a expectativa de transportar 3.200 passageiros por hora, acima da maior rede de teleféricos do mundo, em La Paz, na Bolívia, que transporta 3.000 por hora.

O documento estima uma linha de 4,6 km, cabines para até dez pessoas e velocidade média de 18 km/h, com um intervalo de 15 segundos entre os veículos.

De acordo com a prefeitura, além da questão geográfica, a região foi escolhida por ser o sétimo distrito mais populoso do município e o quinto com mais famílias em situação de extrema pobreza.

A população estimada da Brasilândia é de 243 mil habitantes.

— Fazer o transporte apropriado desse ponto alto até a parte baixa teríamos que fazer uma escada rolante ou teleférico. O teleférico, nesse caso, é uma alternativa possível. A SPTrans irá fazer um estudo mais aprofundado da demanda, me pediram 30 dias, e aí vamos avançar ou não — afirmou Nunes em entrevista coletiva na quinta-feira.

Como mostrou O Globo, a aliada do prefeito Ricardo Nunes ( MDB), a vereadora do MDB Sandra Santana apresentou um projeto de lei para incluir o teleférico como modal de transporte público em São Paulo, e apontou que especialmente a região da Brasilândia, na Zona Noroeste, poderia ser beneficiada por conta dos morros da região.

Ela argumentou que começou a estudar a ideia em 2023 e que o projeto é "bem diferente" do que propunha Marçal, que na eleição de 2024 apresentou a ideia como um meio de lidar com o trânsito na capital e, posteriormente, como um parte de um “cinturão” de teleféricos nas periferias.

— Se aprovado o PL e após apresentados os estudos, seria ideal que começasse pela Brasilândia, mas ele serve para todas as áreas periféricas e poderia beneficiar a população que mora em regiões de difícil acesso. O que o Pablo Marçal apresentava faria ligações com rodovias, uma coisa diferente, na época da eleição eu nem quis trazer isso à tona, mas nosso projeto é mais pé no chão, estamos estudando com uma equipe técnica — explicou a vereadora.

O projeto foi protocolado em janeiro. A parlamentar deve trabalhar para conseguir apoio ao PL e articular para que o presidente Ricardo Teixeira (União) paute o tema.

A proposta foi inspirada em um projeto do próprio prefeito quando ele era vereador, o que incluiu o transporte aquático como meio de transporte na cidade — o que só saiu do papel no ano passado, com a inauguração do ônibus hidroviário na represa Billings.

Na oposição, o vereador Nabil Bonduki (PT), que também é arquiteto e urbanista, também trouxe à tona o tema do teleférico, mas com uma ideia diferente.

Bonduki propõe a implementação desse tipo de transporte para ligar a favela do Jaguaré até a estação Jaguaré - Villa Lobos, da Linha 9 (Esmeralda), na Zona Oeste. Ele diz que o modal é adequado para fazer deslocamentos curtos, mas que são difíceis de serem feitos a pé.

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