Após denúncia de propina, Omar Aziz afirma estar claro que negociação de vacinas seria mais rápida
O presidente da CPI, afirmou que a negociação com intermediários era muita mais rápida que diretamente com laboratórios
Antes de chegar para a abrir a sessão da CPI da Covid, o presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que está claro que a negociação para a compra de vacinas via intermediários era muito mais rápida, do que feita diretamente entre Ministério da Saúde e laboratórios.
"Está claro que comportamento do governo em relação a compra de vacina com intermediários era muito mais rápido do que quando a negociação era direta com laboratórios", afirmou.
As negociações via intermediário entraram no radar da CPI, que investiga a compra da vacina indiana Covaxin, feita através do laboratório brasileiro Precisa Medicamentos. As suspeitas foram reveladas pela Folha, após divulgação de depoimento do servidor Luís Ricardo Miranda ao Ministério Público Federal, no qual apontou pressão para liberar a importação da vacina indiana.
Aziz também comentou reportagem da Folha, na qual o representante da empresa Davati Medical Supply Luiz Paulo Dominguetti Pereira denuncia ter sido cobrado US$ 1 dólar por dose de vacina para que as negociações de compra da vacina AstraZeneca avançassem.
Leia também
• [Ao vivo] Protegido por HC do STF, Carlos Wizard evoca 'direito de permanecer em silêncio' na CPI
• Empresário Carlos Wizard depõe à CPI da Covid sobre 'gabinete paralelo'; assista ao vivo
• Prorrogação da CPI deve trazer mais desgaste para o governo
O senador pediu cautela e disse que a CPI "não pode errar". Mas afirmou que os valores mencionados são "estratosféricos" exorbitantes.
"Antes de você atirar as pedras, vamos analisar primeiro e depois sim ter uma posição concreta sobre os fatos", afirmou.
"Mas tem dados que eu li ontem numa matéria da Folha, da [repórter] Constança [Rezende], que [o representante da empresa ] almoçou com várias pessoas do governo. Vamos investigar, saber quem estava lá, o que estavam fazendo lá", disse.
"Se você fala de 400 milhões de doses, a um US$ 1 por dose [de pedido de propina], dá US$ 400 milhões, multiplica isso [pelo valor do dólar] e você vai ter um valor estratosférico", completou.
Aziz também disse que a convocação de Dominguetti Pereira será votada na sessão desta terça-feira (30) e que também vai convocar o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), que será ouvido na próxima semana.
O presidente da CPI também criticou a postura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que vai decidir sobre a prorrogação das atividades da comissão apenas em agosto, apesar de o requerimento já contar com as assinaturas necessárias.