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Política

Após impeachment, País vive noite de protestos

Atos aconteceram em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife

Manifestantes foram ao centro de São PauloManifestantes foram ao centro de São Paulo - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

A tarde e a noite desta quarta-feira (31) têm sido de protestos pelo País contra a decisão do Senado pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Há registros de manifestações em cidades como o Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Recife.

No Recife, um grupo de manifestantes se reuniu na praça do Derby - área central do Recife - e realizou um ato em protesto contra a medida. O grupo fechou por mais de 1h30 a avenida Agamenon Magalhães nos dois sentidos da via, mas liberou o caminho para Boa Viagem por volta das 19h20. Em seguida, o grupo seguiu pela avenida Conde da Boa Vista em direção à praça da Independência, no bairro de Santo Antônio.

Durante o percurso, os comerciantes fechavam as partes das lojas na avenida Conde da Boa Vista. Ambulantes guardaram suas mercadorias e o Shopping Boa Vista também fechou os portões de acesso ao mall.

Em São Paulo, a Polícia Militar dispersou com bombas e gás lacrimogênio, por volta das 20h30, a manifestação que ocorria no centro da capital paulista, também pedia a saída do presidente da República.

Quando a passeata estava na rua da Consolação no cruzamento com a rua Maria Antonia, bombas da PM foram lançadas nos manifestantes. Logo em seguida, rojões foram atirados nos policiais. A reportagem procurou a assessoria de imprensa da PM que disse não saber o que motivou o lançamento das bombas.

Segundo o Grupo de Apoio ao Protesto Popular (Gapp), ao menos uma pessoa foi ferida superficialmente por uma bomba da PM. Na região do Largo do Arouche, uma viatura da polícia e uma agência bancária foram depredadas por manifestantes.

Durante o ato, o fotojornalista William Oliveira teve o seu equipamento profissional quebrado, e ainda foi preso após ser agredido.

Rio de Janeiro

Manifestantes pró-Dilma Rousseff reuniram-se em um protesto contra a destituição da presidente na noite desta quarta no centro do Rio do Janeiro. Aos gritos de "fora, Temer", o protesto se concentrou na Cinelândia, onde manifestantes discursaram contra o recém-empossado presidente Michel Temer (PMDB).

O protesto foi organizado pelos movimentos Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo. A polícia militar acompanhou a movimentação, que até as 21h não havia registrado confusão.

Por volta de 19h40, os manifestantes saíram em direção à Assembleia Legislativa do Rio e fizeram uma parada na sede da Firjan, onde houve um ato contra o que chamam de "apoio da federação ao golpe".

No trajeto, o protesto interrompeu o trânsito na avenida Graça Aranha e na rua Primeiro de Março, duas das principais do centro do Rio.

Segundo os organizadores, pelo menos 3.000 pessoas participavam do protesto. "Vamos manter a agenda de denúncia do golpe e pedir a saída do Michel Temer. O mais importante é seguir na luta intransigente na defesa dos direitos dos trabalhadores", afirmou Ronaldo Leite, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

Durante o pronunciamento de Temer em cadeia de rádio e televisão, panelaços foram ouvidos em bairros da zona norte e da zona sul, como Copacabana.

Belo Horizonte

Insatisfeitos com a decisão do Senado de aprovar o impeachment de Dilma Rousseff, manifestantes saíram às ruas do centro de Belo Horizonte na noite desta quarta. Eles se concentraram a partir das 18h na Praça Rômulo Paes, se dirigiram à Praça Raul Soares e depois seguiram para a Praça Sete. Ao logo do percurso, os presentes usavam palavras de ordem para pedir a saída do presidente Michel Temer e para classificar de golpe o processo que levou ao afastamento da petista. Também foram feitas projeções em edifícios com a frase "Fora Temer".

O deputado estadual petista Rogério Correia defendeu a realização de eleições gerais no Brasil. Ao ser perguntado se o PT já discutiu como deve ser a postura do governo mineiro comandado por Fernando Pimentel, o parlamentar respondeu: "No meu entendimento, o governo Temer não deve ser reconhecido. Se o povo não reconhece, nenhum outro governo deveria reconhecê-lo. Trata-se de um golpista e assim ele tem que ser tratado". Entre os presentes, estavam também dois dos 11 candidatos à prefeitura de Belo Horizonte: Maria da Consolação (PSOL) e Reginaldo Lopes (PT).

Em nota, Pimentel manifestou repúdio à casação do mandato de Dilma Rousseff e considerou que ela não cometeu nenhum crime de responsabilidade. "Garantir o cumprimento do mandato conferido pelas urnas é compromisso prioritário dos que prezam a democracia no Brasil. A história saberá julgar os personagens dessa página triste que hoje passamos", diz o texto.

Salvador

Um grupo de manifestantes tomou as ruas de Salvador, protestando contra o impedimento da ex-presidente. Em faixas e cartazes, os manifestantes disseram "Não” ao que chamaram de “golpe" e negaram se sentir representados por Michel Temer. Eles prestaram apoio a Dilma Rousseff em palavras de ordem, músicas e, também, em cartazes e faixas.

Acompanhados pela Polícia Militar da Bahia, que informou haver cerca de 200 pessoas participando da manifestação, os participantes seguiram pela Avenida Tancredo Neves, bloqueando todas as faixas, o que gerou congestionamento nas proximidades, nos bairros Caminho das Árvores e Pituba.

O grupo se dispersou por volta das 21h, em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), no bairro do Costa Azul.

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