Após mal-estar com PT, Cid Gomes emplaca irmã e aliado no governo do Ceará
Reforma no secretariado do governador Elmano de Freitas (PT) levou Lia Gomes e o deputado federal Eduardo Bismarck ao comando de pastas
Depois de ter ameaçado deixar a base do governador Elmano de Freitas (PT) no Ceará, o senador Cid Gomes (PSB) conseguiu emplacar dois aliados de primeira hora no primeiro escalão petista — sua irmã, a deputada estadual Lia Gomes, que vai chefiar a pasta das Mulheres, e o deputado federal Eduardo Bismarck (PDT), responsável pelo Turismo.
O gesto do governador ocorre em meio à reforma em seu secretariado, em que 13 mudanças foram anunciadas. No caso de Lia Gomes, a vice-governadora, Jade Romero, será deslocada para a secretaria de Proteção Social, antes ocupada por Onélia Santana, mulher do ministro da Educação, Camilo Santana.
Onélia foi recentemente empossada no Tribunal de Contas do Estado (TCE-CE), abrindo uma vaga no escalão. Com a dança das cadeiras, Lia terminou contemplada.
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Já a Secretaria de Turismo era antes comandada por Yrwana Guerra, uma indicação técnica. Agora, Bismarck assume a pasta e minimiza os impasses recentes com o PT.
— É um convite do governador, a gente é da base. É uma pauta que tem tudo a ver com a nossa história e nossa base. Agora esta tudo pacificado. Nosso grupo sempre foi base do governo. O que tiveram foram debates tradicionais que fazem parte da política — disse ao Globo.
No final do mês passado, pelo comando da Assembleia Legislativa, o padrinho de Bismarck e Lia, Cid Gomes, ameaçou a deixar a base de governo. Elmano queria que o presidente da Casa fosse o petista Fernando Santana, mas Cid bateu o pé. O nome de consenso foi Romeu Aldigueri (PDT).
As ameaças de Cid ocorreram por sentir que não vinha sendo escutado nas decisões recentes e que o PT estaria tendo vantagem no grupo político. O partido do presidente Lula tem o governo federal, estadual e a prefeitura de Fortaleza a partir de janeiro.
Lia Gomes, Eduardo Bismarck e Romeu Aldigueri dos parlamentares do PDT que ainda estão no partido, mesmo após a debandada dos cidistas.
No ano passado, Cid Gomes e seus aliados provocaram uma debandada do PDT, após desentendimentos internos com a ala do ex-ministro Ciro Gomes. Os cidistas queriam ser base do PT no estado enquanto os ciristas, oposição. Um dos argumentos críticos de Ciro contra o PT é justamente a hegemonia do partido no estado.