Indicação

Após pedir troca, PL indica novo presidente para Banco do Nordeste

Valdemar Costa Neto, presidente do PL, demandou troca da diretoria e da chefia da empresa de economia mista

Agência do Banco do Nordeste Agência do Banco do Nordeste  - Foto: Divulgação

Após pedir publicamente a exoneração de toda a diretoria do Banco do Nordeste, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, indicou o consultor Ricardo Pinto Pinheiro para assumir a presidência da instituição no lugar de Romildo Rolim. 

Na segunda-feira, por meio de um vídeo de dois minutos, Valdemar Costa Neto diz ter enviado um ofício ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), e à ministra-chefe da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL-DF), com cópia ao presidente Jair Bolsonaro solicitando a destituição da diretoria. 

O PL é responsável pela indicação de Romildo Rolim à presidência do Banco do Nordeste. O diretor financeiro Hailton Fortes também deve ser substituído em breve. O partido busca o nome do substituto. Já o diretor Haroldo Maia, que é indicação do PP, deve ser mantido. 

 Na gravação, Valdemar Costa Neto diz ter sido surpreendido na sexta-feira à noite por uma mensagem enviada pelo presidente Jair Bolsonaro questionando-o se tinha conhecimento de que um contrato de R$ 600 milhões do BNB com uma ONG. O cacique contou ter duvidado do episódio, mas prometeu esclarecer. 
 

— Liguei para o presidente do banco e fui surpreendido. Ele estava contratando uma empresa, mas era muito caro o preço. E a ONG prestava um grande serviço e achei uma barbaridade um banco contratar uma ONG por R$ 600 milhões por ano e isso há muitos anos. Quando eles entraram no banco já tinha esse contrato e nós não tínhamos conhecimento. Nós não podemos ter uma ONG contratada num banco da importância do banco do Nordeste.  

Rolim está na presidência do Banco do Nordeste desde 2017, indicado pelo MDB. No ano passado, sob a tutela do PL, ele foi reconduzido ao cardo após Bolsonaro, contrariando suas próprias declarações, decidiu entregar ao PL o comando da instituição.  

No ano passado, antes do PL indicar Rolim para a presidência, o assessor de Assuntos Estratégicos do Palácio do Planalto, almirante Flávio Augusto Viana Rocha, havia sugerido a nomeação de Alexandre Borges Cabral para o posto. 

Empossado, Cabral foi exonerado do cargo após a revelação de que o Tribunal de Contas da União (TCU) apura suspeitas de irregularidades em contratações quando Cabral presidia a Casa da Moeda, em 2018. O prejuízo é estimado em ao menos R$ 2,2 bilhões. 

Cabral assumiu o comando da Casa da Moeda entre 2016 e 2019. As investigações do TCU apontam que as irregularidades encontradas começaram em 2005 e se arrastaram até 2019, passando pelo período em que Cabral esteve à frente da Casa. As empresas Sicpa e Ceptis foram investigadas por fraudes e direcionamento de licitações em valores que chegavam a R$ 11 bilhões. O caso foi encerrado com um acordo de leniência.

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