BRASIL

Após reunião, STF diz que Forças Armadas "estão comprometidas com a democracia"

Antes do encontro, general Paulo Sérgio Oliveira esteve duas vezes com presidente Bolsonaro

Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz FuxPresidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux - Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Diante do estremecimento na relação entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e as Forças Armadas, o presidente da Corte, Luiz Fux, se reuniu nesta terça-feira (4) com o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Oliveira. O encontro, que durou cerca de uma hora, ocorreu logo após Fux ter se encontrado com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Após a reunião, o STF divulgou uma nota relatando que "o ministro da Defesa afirmou que as Forças Armadas estão comprometidas com a democracia brasileira e que os militares atuarão, no âmbito de suas competências, para que o proceso eleitoral transcorra normalmente e sem incidentes".

Em contrapartida, Fux reafirmou que o Supremo "preza pela harmonia entre os poderes e pelo respeito entre as instituições".

Também em uma nota à imprensa, o Ministério da Defesa afirmou a reunião discutiu "o respeito entre as instituições" e "a colaboração das Forças Armadas para o processo eleitoral". "O Ministro da Defesa reafirmou, ainda, o permanente estado de prontidão das Forças Armadas para o cumprimento das suas missões constitucionais".
 

As reuniões desta terça-feira ocorrem após uma semana de tensão na Praça dos Três Poderes, motivadas pelo indulto concedido pelo presidente Jair Bolsonaro ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), medida considerada uma afronta ao Supremo, e a declaração do ministro Luís Roberto Barroso de que as Forças Armadas estão sendo "orientadas a atacar e desacreditar o processo eleitoral". A afirmação foi rebatida em nota pelo Ministério da Defesa, que acusou o magistrado de ser "irresponsável" por fazer tal afirmação.

Após a declaração de Barroso, Bolsonaro também voltou a questionar, sem provas, a confiabilidade das urnas eletrônicas e defendeu que as Forças Armadas façam uma apuração paralela.

Antes de se reunir com o presidente do STF, o general Paulo Sérgio Oliveira esteve duas vezes com Bolsonaro na manhã desta terça-feira. Primeiro, esteve na reunião do Alto-Comando do Exército. Em seguida, houve um encontro com os comandantes das três Forças no Ministério da Defesa. 

Cotado para vice de Bolsonaro na reeleição, general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, participou dos dois encontros.  Os compromissos não constavam na agenda oficial do presidente.

Oficiais do Exército minimizaram a presença de Bolsonaro na reunião do Alto-Comando, justificando que a participação dele tem ocorrido com regularidade desde o início do mandato. De acordo com integrantes da Força, Bolsonaro viu uma apresentação rápida sobre projetos em andamento do Exército e questões orçamentárias.  As reuniões da cúpula da Força são marcadas com um ano de antecedência.

Já o Ministério da Defesa, no início da tarde, publicou nas redes sociais uma foto da reunião de Bolsonaro com o ministro Paulo Sérgio e os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.  Na publicação, a pasta informa apenas que  “na ocasião, foram discutidos assuntos de interesse da Defesa Nacional”.

Nos comentários, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), uma das principais aliadas do presidente, escreveu: “Espero que o assunto da transparência tenha sido pauta.”  Questionado se as eleições foram temas da conversa, o Ministério da Defesa não respondeu.

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