Após três dias, PF manda últimos presos golpistas para presídios do DF
Polícia encerrou 'operação de guerra' que colheu mais de 1.500 depoimentos e lavrou mais de 700 autos de flagrante de acusados de terrorismo
Os últimos 80 detidos por atos golpistas do dia 8 foram encaminhados ao sistema prisional do Distrito Federal na tarde desta quarta-feira. Eles faziam parte das mais de 1.500 pessoas que foram presas no acampamento montado na frente do QG do Exército e estavam sob custódia na Academia Nacional da Polícia Federal, em Brasília, desde a manhã de segunda-feira.
Dois ônibus penitenciários saíram pela portaria da PF por volta das 15h direto para os presídios da Papuda, no caso dos homens, e da Colmeia, no caso das mulheres. Pela mesma entrada, um comboio de 50 ônibus municipais chegou com os milhares de presos por volta das 8h30 de segunda-feira.
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Os alvos ficaram alojados no ginásio poliesportivo da Academia da PF por mais de 55 horas.
A PF montou uma verdadeira "operação de guerra" para conseguir colher o depoimento de todos os presos, recolher os celulares e lavrar o auto de flagrante —- ou a nota de culpa, conforme o termo jurídico.
Em função da elevada quantidade de detidos, as condutas não foram individualizadas e os suspeitos assinaram o documento se dizendo cientes de que estavam respondendo por seis crimes: terrorismo, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa, incitação à violência, ameaça e dano ao patrimônio público.
Trata-se dos mesmos delitos citados na ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes baixada no domingo logo após os ataques à sede dos Três Poderes da República.