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Congresso

Após veto do STF, Maia diz que permanecer no poder nunca esteve em seus planos

Por maioria, o Supremo decidiu que Maia e Davi Alcolumbre não podem tentar a reeleição

Rodrigo MaiaRodrigo Maia - Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta segunda-feira (7) que, na eleição do comando da Casa, os deputados escolham um candidato que garanta a independência em relação aos outros Poderes.
 
Apesar da articulação nos bastidores para eventual reeleição, Maia afirmou, em entrevista à GloboNews, que não tinha a intenção de concorrer a mais um mandato à frente da Câmara.
 
Por maioria, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que Maia e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), não podem tentar a reeleição, no pleito marcado em fevereiro de 2021.
 
"Sem dúvida nenhuma, na minha sucessão, nós precisamos fazer um candidato que garanta esse movimento firme, um movimento que garante a Câmara dos deputados livre de qualquer interferência de outro Poder", declarou Maia.
 
Ele citou que, entre seus aliados, há pelo menos cinco deputados que podem concorrer à eleição. A ideia, portanto, é buscar consenso nesse grupo para enfrentar o candidato que tiver apoio do governo, cujo nome mais cotado é o do líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL).
 
Na ala de Maia, estão colocados os nomes de Baleia Rossi (MDB-SP), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Luciano Bivar (PSL-PE). Mas já há disputa dentro desse grupo para decidir quem será o candidato.
 
Na entrevista, Maia, que comanda a Casa desde 2016, disse que seu projeto sempre foi construir um sucessor, e não tentar permanecer no poder. "Já que eu estava na Câmara há muitos anos", justificou.
 
No entanto, houve uma articulação para tentar viabilizar Maia para mais dois anos no cargo. O plano, contudo, sofria resistência em partidos da esquerda, cujo apoio é necessário para que o candidato do grupo alinhado à Maia possa ter chance de vencer a disputa contra Lira.


De acordo com Maia, em caso de vitória de um de seus aliados, o novo presidente da Casa não irá fazer uma gestão contra o governo.
 
O apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à candidatura de Lira tem sido comparada por líderes da Câmara à atuação da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que tentou impedir a eleição do então deputado Eduardo Cunha. Cunha, após divergências com o governo petista, deu início ao processo de impeachment, que culminou no afastamento de Dilma.
 
Questionado se Bolsonaro é favorito na eleição presidencial de 2022, Maia disse que essa resposta depende das movimentações do presidente e se ele fará acenos mais ao centro político, deixando de lado, por exemplo, a agenda de enfrentamento à preservação do meio ambiente.
 
Para Maia, outro tema que pode desgastar Bolsonaro é o plano de vacinação contra a Covid-19. Ele espera que o governo dialogue com o Congresso para que, juntos, possam adotar iniciativa e traçar uma estratégia, pois a população quer uma resposta do governo e a compra de uma vacina confiável. "Isso pode ser um tema que desorganize muito a base do governo", comentou.

 

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