Após veto, Molon anuncia que participará de ato com Lula
A confirmação ocorre após uma reunião em que o PSB levou a questão ao coordenador nacional da agenda de campanha de Lula, o ex-ministro Gilberto Carvalho
Após ter seu nome barrado no palanque do ato de 7 de julho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Rio de Janeiro, o pré-candidato ao Senado Alessandro Molon (PSB) anunciou que irá participar do evento ao lado do petista. A confirmação ocorre após uma reunião em que o PSB levou a questão ao coordenador nacional da agenda de campanha de Lula, o ex-ministro Gilberto Carvalho.
Conforme havia publicado O Globo, existia uma articulação para barrar a participação de Molon no evento, de modo que André Ceciliano (PT) fosse o único pré-candidato ao Senado a aparecer ao lado de Lula. Os dois parlamentares protagonizam uma disputa para definir quem irá compor a chapa do ex-presidente e do pré-candidato ao Palácio Guanabara Marcelo Freixo (PSB) no Rio.
Na tarde de quarta-feira, em uma reunião para definir a agenda de Lula durante sua passagem pela capital fluminse, organizada por Gilberto Carvalho, a questão sobre o possível veto foi levantada pelo deputado estadual Carlos Minc (PSB). Participaram do encontro lideranças estaduais do PT, PSB, PSOL, REDE, PV, PCdoB, Solidariedade, além do próprio Molon.
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Segundo Minc, antes que as outras lideranças fizessem sugestões sobre a programação do petista na capital fluminense, ele interpelou Carvalho sobre a notícia do veto. Como Molon é presidente estadual do PSB, que indicou como vice Geraldo Alckmin (PSB) na chapa de Lula, a possibilidade de barrar um dirigente da base aliada no palco havia lhe causado estranhamento.
Carvalho então teria afirmado que não existia um veto da direção nacional do PT sobre a participação de Molon no ato. Segundo Minc, nesse momento o presidente estadual do PT, João Maurício de Freitas, teria dito que os dirigentes fluminenses da sigla nunca fizeram esse veto e que apenas vinham reforçando a necessidade de resolver o imbróglio da questão do Senado, ao exigir que Molon retire sua candidatura em prol de Ceciliano.
— Como o PT não fez nenhum desmentido sobre o caso, não me senti contemplado e questionei mais uma vez o Gilberto Carvalho na reunião. Pedi que ele falasse oficialmente a posição nacional do partido. Ele então disse que não há, nunca houve veto, e que Molon estará ao lado de Lula no palanque — diz Minc.
Ainda segundo o deputado, Carvalho teria dito que o impasse sobre a vaga ao Senado na aliança entre PT e PSB no Rio será resolvida mais adiante. Horas após a reunião, Molon publicou em suas redes sociais uma foto ao lado de Lula e Freixo com a mesma arte e o mesmo slogan (“Vamos juntos pelo Brasil”) que Ceciliano vinha postando.
“Vamos para a Cinelândia no dia 7 de julho mostrar que o Rio de Janeiro não suporta mais o retrocesso! É hora de unir nossas forças para derrotar Bolsonaro e seus representantes: Castro e Romário. Vamos juntos e juntas pelo Rio de Janeiro e pelo Brasil!”, escreveu o pessebista.
Apesar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já ter decidido que partidos que compõem uma coligação podem lançar mais de um candidato ao Senado, o PT já bateu o martelo de que não abre mão da candidatura única de Ceciliano para o compor a chapa de Lula. Correndo por fora, Molon tenta convencer os petistas com pesquisas de intenção de voto que mostram ele como o candidato da esquerda mais bem colocado.
O racha entre Ceciliano e Molon também se reflete nos partidos que compõem a base de apoio ao ex-presidente Lula. Enquanto PCdoB, PV e Solidariedade apoiam o petista, Rede e PSOL apoiam o deputado do PSB.

