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Intolerância

Assembleia de Minas reforça segurança de deputada petista após novas ameaças

Andréia de Jesus relata episódios de preconceito desde o início do mandato

Andréia de JesusAndréia de Jesus - Foto: reprodução/instagram

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) reforçou, nesta segunda-feira (11), a segurança da deputada estadual Andréia de Jesus (PT-MG), após ela receber uma carta, sem identificação, com ameaças, ofensas racistas e símbolos nazistas, em seu gabinete. Andréia era protegida por um guarda cedido pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), mas, após a nova ameaça o número de agentes responsáveis pela segurança da parlamentar será aumentado.

Nesse domingo, o caso do guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, mobilizou o país para o debate sobre violência política. Arruda morreu após ser baleado durante sua festa de aniversário em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.

Na carta, havia um recorte de jornal com uma foto de macaco e frases como "defensora de bandido", "amiga de vagabundo" e "macaca das neves", em referência a cidade natal de Andréia, Ribeirão das Neves, que fica na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Outros símbolos como a suástica, do nazismo, e uma caveira, também foram desenhados. Ela procurou a Policia Civil, onde registrou um boletim de ocorrência.

Na própria sexta-feira, a deputada disse que pensa em desistir da vida pública diante de tantas ameaças.

- Sou uma mulher preta, vim de baixo e cheguei em um espaço de poder, isso incomoda, mas a questão é que essas pessoas me atacam de forma criminosa. Vivemos em uma sociedade racista que usa deste racismo para me atacar - afirmou Andréia.

Histórico de violência
Esta não foi a primeira vez que Andreia de Jesus foi vítima de racismo. Desde que a petista passou a presidir a Comissão de Direitos Humanos, a bancada da bala na assembleia trata a petista como “inimiga número um”. Em novembro, ela chegou a receber a mensagem "Seu fim será como o de Marielle Franco", em referência a vereadora carioca assassinada no Rio de Janeiro em março de 2018. A partir desse caso, ela passou a andar com escolta policial.

— Minha equipe mapeou 3.500 xingamentos e temos 27 inquéritos por racismo, injúria racial ou ameaça. São grupos que atacam coordenadamente mulheres, negros, grupos LGBT. Vejo sempre as ameaças e o racismo, sigo sendo xingada nas redes, mesmo que de forma indireta — disse em entrevista ao GLOBO em maio deste ano.

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