Assessor de deputado federal do MDB é preso com R$ 1 milhão em espécie dentro de mochila no Pará
Assessor estava com representante comercial de uma empresa com contratos com prefeituras
A Polícia Federal prendeu um assessor do deputado federal Antônio Doido (MDB-PA) com R$ 1 milhão em espécie, em Belém.
O homem, que estava lotado como secretário parlamentar no gabinete, foi surpreendido pela polícia quando estava em um carro com o representante comercial de uma empresa que tem contratos com prefeituras no estado. O dinheiro estava dentro de uma mochila.
Os dois foram presos na sexta-feira e soltos no dia seguinte. O servidor foi exonerado no domingo do seu cargo na Câmara. Procurado, Antônio Doido não comentou a prisão do agora ex-assessor.
A defesa do ex-servidor disse que prefere não se manifestar enquanto não tiver conhecimento de todos os elementos da investigação. Procurada, a defesa do representante comercial não comentou.
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Segundo informações da PF, o representante comercial sacou o dinheiro em uma agência bancária em Belém e colocou os maços em uma mochila preta. A polícia o monitorava após ter recebido uma denúncia anônima de que seria sacado R$ 1 milhão da contra de uma empresa e que a quantia teria como finalidade o pagamento de propinas para servidores públicos.
Depois de sacar o dinheiro, o homem dirigiu até uma rua próxima, onde trocou de carro, carregando a mochila com dinheiro. No outro veículo estava o assessor do deputado.
Além do dinheiro na mochila, os policiais encontraram mais R$ 100 mil no carro do representante comercial, totalizando R$ 1,1 milhão apreendidos. A juíza que confirmou as prisões pontuou em decisão que viu presentes indícios de envolvimento do assessor.
O saque de alto valor em espécie é indício de lavagem de dinheiro e a corrupção, segundo a PF. Também foram apreendidos os dois carros, celulares e documentos.
Em outubro do ano passado, o deputado Antônio Doido também teve o nome envolvido em uma operação da PF. Na ocasião, a PF apreendeu R$ 4,98 milhões com três homens, sendo dois deles servidores públicos, na cidade de Castanhal (PA). Os três foram detidos em flagrante logo após sacarem o dinheiro de uma agência bancária.
Aos policiais, dois deles afirmaram que R$ 380 mil apreendidos em um carro seriam usados para o pagamento de funcionários de uma fazenda do deputado Antônio Doido, da qual um deles seria gerente. Na época, o deputado era candidato a prefeito de Ananideua.
Uma investigação preliminar da PF apontou que o dinheiro seria utilizado para a compra de votos. Os três foram autuados em flagrante pelo crime de associação criminosa. Ainda foram apreendidos um veículo e celulares.