Assessor de general preso sugeriu enviar manifestantes para ''casa do Arthur Lira''
Chefe de gabinete de Mario Fernandes afirmou que ex-presidente devia ter 'coragem moral' de anunciar que não atuaria por golpe
O coronel reformado Reginaldo Vieira de Abreu, que trabalhou no Palácio do Planalto no governo de Jair Bolsonaro, falou em dezembro de 2022 na possibilidade de enviar manifestantes para a casa do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Abreu estava frustrado pela falta de ação de Bolsonaro para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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Abreu era chefe de gabinete de Mario Fernandes, general da reserva e então secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, que foi preso na semana passada pela suspeita de ter participado de um plano para assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em áudio recuperado pela PF, enviado no dia 19 de dezembro de 2022, Abreu afirma a Fernandes que pediu para "o pessoal" ir para a "casa do presidente" — uma referência ao Palácio da Alvorada — e que eles "lotaram" o local, mas que Bolsonaro "nem apareceu".
O coronel, então, menciona a casa de Lira, mas diz estar com "vergonha de pedir".
Em seguida, afirma que Bolsonaro deveria ter "coragem moral" para anunciar que "não quer mais", para que as pessoas pudessem "passar o Natal em casa". Na época, havia manifestantes acampados em frente a quartéis em todo o país, incluindo no Quartel-General do Exército, em Brasília, para pressionar por um golpe de Estado.
— Pô, eu pedi pro pessoal ir lá pra casa do presidente, lotaram, ficaram três horas lá, ele nem apareceu. Deve tá com vergonha, né? Aí pedir pro pessoal ir lá pra casa do Arthur Lira. Aí, pô, eu tô com vergonha de pedir. Porra, puta merda. Ele que tenha coragem moral, pelo menos até quinta-feira, falar que não quer mais, né? Pessoal, pelo menos, passar o Natal em casa.